Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

“Copa do Mundo é uma coisa, esporte é outra” diz pesquisador carioca

Sexta, 5 de outubro de 2012
Por Andrea Dip
Para o geógrafo Felipe Andrade os megaeventos criam "janelas de oportunidade" para a violação de direitos humanos na cidade
Uma cidade que funciona como uma empresa: os governantes priorizam os compromissos com a iniciativa privada, usando a Copa do Mundo e as Olimpíadas como ferramentas para atrair investimentos e legitimar violações dos direitos humanos. É mais ou menos assim que o geógrafo carioca Felipe Andrade Vilela e Silva descreve o momento pelo qual seu querido Rio de Janeiro está passando na pesquisa “Os esportes como estratégia de transformação do espaço carioca: potencialidades e sustentabilidades de um legado espacial para a nova cidade olímpica”, desenvolvida na PUC-RJ. Nela, ele relembra cidades que deveriam ser um bom modelo para o Brasil. “Londres deu um bom exemplo de obras com acessibilidade, em áreas degradadas da cidade. Ao contrário, aqui do Rio de Janeiro as obras estão sendo feitas em áreas de expansão do mercado imobiliário”.

Para ele, os megaeventos no Brasil não têm nada a ver com a real função do esporte, que é educar, incluir e sociabilizar: “O esporte acaba muito mais como uma retórica e um instrumento de legitimação para tornar a cidade apta para o negócio. E quem é contra isso, que faz qualquer tipo de crítica logo é taxado de não patriota e não torcedor”.