Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Não é o fim do mundo, mas o triste fim do Maia

Quinta, 20 de dezembro de 2012
O apagado presidente da Câmara do Deputados,  Marco Maia (PT-RS), encontrou uma oportunidade de deixar uma marca na sua passagem pela presidência da Casa. Ao fazer da intransigente defesa dos mensaleiros condenados à prisão pela mais alta corte do país um cavalo de batalha, ele deixará para a história a marca de protetor de deputados criminosos, daqueles que corromperam e foram corrompidos quando exerciam seus mandatos. Aqueles que compraram e que foram comprados.

A cada entrevista que dá, mais o deputado se atola em declarações inconsequentes, em falácias, em demagogia. Ao defender que só a Câmara pode determinar a perda do mandato de deputado federal, ele nega –ou finge negar– ao Supremo a sua atribuição de interpretar, dirimir dúvidas, que porventura haja na Constituição. E o Supremo decidiu que os deputados mensaleiros perderam seus mandatos. O que Maia fala é pura ‘farofada’.

Hoje (20/12) Maia ultrapassou em muito o que é esperado de alguém que ocupa o cargo que ele ocupa. Declarou à imprensa que a Câmara pode dar asilo aos condenados do mensalão. No seu modo de interpretar lei, a Polícia Federal não tem autorização para entrar no Parlamento, o que deixaria os criminosos do dinheiro público ‘a salvo’ da prisão. Ora, com a determinação (não autorização, mas determinação) da mais alta corte do país, os ladrões podem ser apanhados dentro do Parlamento, sim. Ou a PF nunca entrou, em tempos de democracia, em gabinetes parlamentares cumprindo mandado judicial? Ora, seu Maia, invente outra.