Terça, 5 de janeiro de 2013
Por Gilvan Rocha
Não seria correto imaginar que o Brasil é social e
economicamente uniforme. Não! O Brasil, como todo o mundo capitalista, é
marcado pela presença de pelo menos, duas classes sociais, bastante distintas.
De um lado, está a classe burguesa, dona dos meios de produção, dona das
fábricas, dos bancos, do grande comércio. Do outro lado, estão as classes
trabalhadoras, que despossuídas dos meios de produção, só lhes restam a força
de trabalho para ser vendida como mercadoria a troco de salário.
Vemos pois,
como duas classes, com interesses imediatos e históricos diferentes, compõem
aquilo que genericamente é chamado de país. Como essas classes sociais têm interesses
distintos, concluiu-se que, no mínimo, têm-se dois lados: o lado da burguesia e
o lado dos trabalhadores.
Quando veio
à público, na campanha presidencial, a música repetindo o refrão “Lula Lá”, nós
caepistas, também saímos à público clamando pelo “Lula cá”. Queríamos que Lula
não fosse para o outro lado, como terminou por acontecer.
A passagem
do Lula, que inicialmente, parecia ser um legítimo representante dos interesses
imediatos e históricos das classes trabalhadoras, para o lado da burguesia,
particularmente dos banqueiros, mostrou-se um talentoso político a serviço da
manutenção do capitalismo e, como tal, foi reconhecido pela cúpula dos países
ricos, quando foi aclamado como, o personagem do ano.
Por sua vez,
Barack Obama não se esqueceu de “honrá-lo” com o título de “o cara”. Foi nisso
que redundou o Lula lá. O lá significou o abandono do cá, e isso tornou-se um
episódio de graves consequências para os reais interesses das classes
trabalhadoras.
Hoje
acreditamos irreversível a posição da maioria dos grandes dirigentes do PT que
junto ao Lula, passaram de malas e bagagens para o lado da burguesia e
para bem servi-la, tratou de engessar as centrais sindicais e estudantis,
garantindo a paz social para que os capitalistas lograssem os seus polpudos
lucros.