Sábado,
14 de junho de 2014
Do
Diário Liberdade
Ninja - Acaba de ser expedido o alvará de soltura que libera
ativistas - Henrique de Souza Dutra e Rhuan Joseph Campos - e a repórter NINJA
Karinny Magalhães (foto).
Detidos na tarde de ontem em Belo Horizonte, os
três réus participavam de manifestação com cerca de 3 mil pessoas, entre
movimentos sociais, sindicalistas.
Karinny é uma repórter NINJA e participava do protesto
transmitindo ao vivo a manifestação. Foi abordada pela Polícia Militar e
mantida por mais de uma hora no interior de uma viatura. Conduzida em sigilo
para um quartel, foi espancada por cinco policiais até perder a consciência. Em
seguida foi levada até a 6ª Delegacia Regional de Policia Civil – Noroeste,
onde passou a noite, prestou depoimento e realizou o exame de corpo delito. No
início da manhã Karinny foi levada para a penitenciária CERESP, onde passou
todo o dia na sela com mais seis presidiárias.
Karinny é ré primária e foi enquadrada no artigo 163,
acusada de depredação de patrimônio público/privado e aliciamento de menores.
Minutos antes de ser abordada pelos policiais, acompanhava um grupo de black
blocs que atacaram uma agência do Itaú e um carro da Polícia Civil, estacionado
na porta do Dentran. Tais ações foram os objetos de denúncia que levaram às
detenções.
É preciso dar nome aos bois. A ação da Polícia Militar de
Aécio Neves em Minas Gerais, assim como a da Polícia de SP de Geraldo Alckimin,
é intencionalmente desmedida para suprimir e sufocar as ruas brasileiras. A
política da censura e da intimidação é também a certeza de criminalização dos
movimentos sociais e da instauração de uma caça às bruxas a tudo que se opõe ao
projeto de poder das velhas oligarquias brasileiras.
Não é de hoje que manifestantes e representantes da mídia
independente tem a sua liberdade suprimida. Só em 2013 cerca de 177 jornalistas
e midiativistas foram atingidos durante as manifestações. A tentativa de
mostrar a realidade das ruas é vista pelos policiais como uma afronta a sua
impunidade e abuso permanente de poder.
A prisão de Karinny mobilizou todo o Brasil. Defensores dos
direitos humanos, advogados, parlamentares, ativistas, a anistia internacional
e redes globais de ativismo prestaram solidariedade e se organizaram para
denunciar as arbitrariedades do caso e impedir a continuidade de mais um
absurdo cometido pela justiça do Estado Mineiro.