Quarta, 2 de julho de 2014
Deu na Tribuna da Internet
Por Carlos Newton
Ao ler diariamente os jornais, qualquer um pode perceber
que a presidente Dilma Rousseff deve estar com um algum problema que afeta seu
raciocínio. Na verdade, já faz tempo que ela mostra dificuldades para se
expressar com clareza, e a internet está infestada de vídeos dos seus
pronunciamentos de improviso, nos quais ela se atrapalha toda e não consegue se
expressar com a clareza que seria de se esperar.
Esta semana, essa estranha situação atingiu o ápice, quando
Dilma Rousseff inaugurou os primeiros 20% das instalações do Hospital Estadual
dos Lagos, em Saquarema, no Estado do Rio de Janeiro.
Em seu discurso, a presidente disse que o novo hospital
será exemplo de atendimento de alto nível aos brasileiros. “A parte bastante cara é a manutenção e o governo
federal a dará todos os anos para esse hospital de referência e de alta
qualidade. Pois é inadmissível que o povo não tenha nível de saúde da mais alta
qualidade e essa atenção como a daqui”, disse ela, toda atrapalhada,
como sempre.
A declaração causa estupor, porque ela se comporta como se
não fosse responsável pelo baixo nível do atendimento médico oferecido à
população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Seu partido, o PT, está no poder
1º de janeiro de 2003 e todos os brasileiros sabem que o serviço de saúde
público não melhorou em nada nestes 11 anos e meio. Pelo contrário, há
evidências de que está até piorando, e a presidente se comporta como se não
tivesse nada a ver com isso.
CADA VEZ MENOS LEITOS
Em setembro de 2012, o Conselho Federal de Medicina
denunciou que o número de leitos hospitalares no Brasil sofreu uma redução de
10,5% entre 2005 e 2012. Levantamento feito com base nos dados apurados junto
ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (controle mantido pelo
Ministério da Saúde) mostrou que, em sete anos, houve uma redução de 41.713
leitos hospitalares no SUS. O estado mais prejudicado pela queda foi Mato
Grosso do Sul, com uma perda de 26,6% dos leitos.
Mais recentemente, o Conselho Federal de Medicina fez novo
levantamento, também com base em dados do Ministério da Saúde, e revelou que
entre janeiro de 2010 e julho de 2013 quase 13 mil leitos do SUS foram
desativados, em pleno governo Dilma Rousseff.
E agora é a própria presidente da República que vem a
público dizer ser inadmissível que o povo não tenha uma assistência médica de
alta qualidade. Ora, todos concordam com essa declaração. O que espanta é que a
chefe do governo parece não entender que a culpa pelo baixo nível do atendimento
é justamente dela, pois sua responsabilidade é intransferível.
É preocupante constatar que a presidente Dilma não esteja
compreendendo essa situação. Tudo indica que desta vez é ela está precisando de
atendimento médico. Mas é claro que não ira se tratar no SUS. No Brasil,
políticos e autoridades são uma coisa (a elite branca) e o povo é outra coisa
(a ralé).