Por LucianaGenro
Luciana Genro esteve no ato do dia 15/04 contra o PL das Terceirizações em São Paulo | Foto: Divulgação/MTST
O dia 15 de
abril foi um dia nacional de luta muito importante. A classe trabalhadora
brasileira, de norte a sul do país, mostrou sua força. O dia de ontem foi
importante porque mostrou que, no terreno das ruas, não há classe social que
possa superar a classe trabalhadora! O efeito imediato das manifestações foi o
adiamento da votação das emendas ao projeto das terceirizações no Congresso.
Os
parlamentares se surpreenderam com a força das ruas e com os métodos de luta do
movimento operário: greves e paralisações. Mas o Congresso é dominado pelos
interesses dos grandes empresários. Por isso, não podemos depositar nenhuma
confiança no Parlamento, que também é marcado pela corrupção. Somente com a
força das ruas podemos barrar o projeto das terceirizações.
Os
trabalhadores mostraram que estão conscientes da ameaça representada pelo
ajuste fiscal do governo Dilma/Levy. As expressões mais evidentes desta ameaça
são as medidas provisórias 664 e 665, que atacam os direitos de recebimento de
pensão por morte e de acesso ao seguro-desemprego. Para se ter uma ideia, se
for aprovada pelo Congresso Nacional, a MP 665 vai deixar, a cada ano, 4,8
milhões de brasileiros sem seguro-desemprego.
O dia de
ontem mostrou a importância da unidade dos trabalhadores para derrotar o
projeto das terceirizações. Ocorreu uma unidade muito positiva entre as
centrais sindicais. É importante que a CUT tenha convocado essa luta. Nesse
sentido, parabenizamos a atitude da CUT, embora tenhamos divergência com seus
métodos, pois acreditamos que deveria haver um processo de discussão de baixo
para cima, a partir de assembleias gerais.
Somos muito
orgulhosos da ação desempenhada pela Conlutas em todo o país. Trata-se de uma
central sindical independente, da qual muitos militantes do PSOL e do PSTU
fazem parte. Também temos orgulho da valorosa participação do MTST, da
Intersindical, dos sindicatos independentes e dos movimentos populares e
juvenis que estiveram ontem nas ruas – como o JUNTOS!, um movimento de
juventude anticapitalista que levantou suas bandeiras de norte a sul do país.
Ontem foi um
dia de protesto, com muitas greves e com muitas rodovias trancadas. Mostramos
que a classe trabalhadora não vai ficar apenas assistindo seus direitos sendo
atacados. A partir de ontem, muitos outros trabalhadores conhecerão de forma
mais profunda os impactos do projeto das terceirizações e poderão se somar a
novos atos. Essa luta vai continuar. Barrar a lei das terceirizações e o ajuste
fiscal é um desafio posto para o conjunto da esquerda e para toda a classe
trabalhadora. Nós do PSOL estamos empenhados e comprometidos com esta causa!