Sábado, 26 de setembro de 2015
Por Celso Lungaretti
Desde
que muitos esquerdistas caíram na besteira de tomarem partido por uma
das gangues empresariais que disputavam um nicho extremamente promissor
do mercado da telefonia, na Operação Satiagraha (saiba aqui como foi desmascarada por uma das lendas vivas da resistência jornalística à ditadura militar), insisto que o combate à corrupção é bandeira da direita.
Considero a corrupção intrínseca ao capitalismo e impossível de ser
totalmente extirpada enquanto os seres humanos forem tangidos para a
busca compulsiva de fortuna, status e poder como objetivos supremos da
existência, o que os coloca numa competição permanente, canibalesca, com
outros seres humanos, no curso da qual haverá sempre quem acabe
recorrendo a atalhos para levar vantagem, com a desgraça de uns só
servindo para abrir espaços que outros logo ocuparão. No fundo, os
Sérgios Moros da vida apenas enxugam gelo.
Então, é apenas a título de informação que chamo a atenção dos leitores
deste blogue para a matéria de capa da revista mais reacionária do
Brasil: ex-deputado Pedro Corrêa, do PP de Pernambuco, teria negociado
uma delação premiada-bomba.
A nefanda revista garante que Corrêa vai acusar o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de haver capitaneado no Palácio do Planalto
reuniões em que o esquema de corrupção na Petrobras era urdido; e que a
presidenta Dilma Rousseff também estaria ciente da existência do
petrolão, tendo ambos, Lula e Dilma, agido pessoalmente para mantê-lo em
funcionamento.
Caso tal delação se confirme e seja este mesmo seu teor, chegaremos à
situação para a qual sempre pareceu que tal partida conduzia: a rainha
colocada en garde e o rei, em xeque.