E num boteco do Setor Leste do Gama, Distrito Federal, a
discussão sobre os aumentos concedidos por Rollemberg às tarifas de ônibus,
metrô, zoológico e comida do restaurante comunitário. Conversa vai e conversa
vem. E um 'bebum', daqueles que entra em qualquer boteco, lá no canto, caladão.
Tomou mais uma talagada, jogando antes um pouco da pinga pro santo, pois a
coisa tá ruça. Esbugalhou os olhos, estalou a língua, outra estalada nos dedos.
E disparou:
— Como pode aumentar o ônibus e o metrô para R$4; o
zoológico para R$10 e até a comida do restaurante para três reais? Moços, a
comida passou pra R$3. O governo Rollemberg devia “botá” tudo era R$1,99.
E deu sua explicação para o preço que estava sugerindo:
— Governo que só vale R$1,99 tem que “botá” tudo a R$1,99.
Depois o nosso 'bebum' se virou, pediu outra pinga, jogou
novamente um pouquinho pro santo (tinha que ficar bem com ele), deu nova
talagada, esbugalhou os olhos de novo, se arrepiou com o álcool queimando sua
traqueia, jogou uma cédula de dinheiro na mesa, fez um sinal de adeus com uma
das mãos, não esperou o troco e desapareceu pela porta.