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Uma
"novela" que teve início no ano passado, envolvendo babás de roupas
brancas, clubes de elite de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo
(MP-SP), ganhou um novo capítulo nesta semana.
O caso começou quando uma sócia do Esporte Clube Pinheiros
(zona oeste) resolveu acionar o MP após se revoltar com o fato de o local
dificultar a entrada da babá de suas filhas por ela não estar com uniforme
branco.
Roberta Loria contou à BBC Brasil, na época, que decidiu
agir por acreditar que essa exigência do clube era um caso de
"discriminação revoltante".
Acatada a denúncia, foi aberto um inquérito civil no MP
(registro: 43.0725.0000489/2015-2) contra o Pinheiros e outros clubes
paulistanos para apurar se a prática era discriminatória.
Os clubes entraram com recurso, que acabou sendo acatado, em
dezembro, pelo Conselho Superior do MP.
Mas o caso teve uma reviravolta nesta segunda-feira.
Após o inquérito ser trancado pelo Conselho do MP, ele pode
ser reaberto após uma acusação de conflito de interesse: um dos conselheiros
que votaram no caso - o promotor Álvaro Augusto Fonseca de Arruda, que presidiu
a sessão de julgamento - integra a direção do Clube Atlético Paulistano, um dos
clubes investigados.
Em entrevista à BBC Brasil, o promotor confirmou que é
secretário da Comissão de Sindicância do Paulistano, mas disse que isso não
influencia seu julgamento em um caso em que o mesmo clube é investigado.
"Faço parte, sim, desse comissão do Paulistano, mas
isso de maneira nenhuma impacta na lisura do processo. Não há nenhum conflito
de interesse."
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