Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 16 de janeiro de 2016

Babás de branco: promotora vê conflito de interesse e pede anulação de decisão favorável a clubes

Sábado, 16 de janeiro de 2016
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Uma "novela" que teve início no ano passado, envolvendo babás de roupas brancas, clubes de elite de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ganhou um novo capítulo nesta semana.
O caso começou quando uma sócia do Esporte Clube Pinheiros (zona oeste) resolveu acionar o MP após se revoltar com o fato de o local dificultar a entrada da babá de suas filhas por ela não estar com uniforme branco.
Roberta Loria contou à BBC Brasil, na época, que decidiu agir por acreditar que essa exigência do clube era um caso de "discriminação revoltante".
Acatada a denúncia, foi aberto um inquérito civil no MP (registro: 43.0725.0000489/2015-2) contra o Pinheiros e outros clubes paulistanos para apurar se a prática era discriminatória.
Os clubes entraram com recurso, que acabou sendo acatado, em dezembro, pelo Conselho Superior do MP.
Mas o caso teve uma reviravolta nesta segunda-feira.
Após o inquérito ser trancado pelo Conselho do MP, ele pode ser reaberto após uma acusação de conflito de interesse: um dos conselheiros que votaram no caso - o promotor Álvaro Augusto Fonseca de Arruda, que presidiu a sessão de julgamento - integra a direção do Clube Atlético Paulistano, um dos clubes investigados.
Em entrevista à BBC Brasil, o promotor confirmou que é secretário da Comissão de Sindicância do Paulistano, mas disse que isso não influencia seu julgamento em um caso em que o mesmo clube é investigado.
"Faço parte, sim, desse comissão do Paulistano, mas isso de maneira nenhuma impacta na lisura do processo. Não há nenhum conflito de interesse."
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