Quinta, 7 de janeiro de 2016
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Militar de Goiás confirmou que é um policial o
homem armado que teria ameaçado estudantes em manifestação em Goiânia.
Segundo a PM, ele foi identificado e “colocado à disposição da
Corregedoria, que instaurou processo para a apuração dos fatos e
atribuição de responsabilidades”.
A manifestação dos
estudantes ocorreu na segunda-feira (4). Eles saíram às ruas com
cadeiras penduradas no pescoço, em protesto contra mudanças
administrativas decididas pelo governo. Um estudante registrou a
presença de um homem armado que ameaçava os estudantes e publicou na
internet.
Desde o final do ano passado, secundaristas ocupam
escolas em Goiás. Atualmente, são 24 escolas sob controle dos alunos.
Outra reclamação dos estudantes é que viaturas policiais estão
posicionadas nas portas das escolas e têm intimidado os alunos.
A
PM diz que a presença nesses locais, “em hipótese alguma tem caráter
intimidatório” Acrescenta que a presença nas imediações dos colégios tem
como objetivo “garantir a ordem social, a paz e a incolumidade das
pessoas, inclusive, dos próprios manifestantes que se encontram naqueles
locais”.
As reformas propostas pelo governo terceirizam a
administração das escolas estaduais, que passará a ser feita por
organizações sociais, entidades filantrópicas privadas. Além de cuidar
da administração e infraestrutura, elas poderão contratar tanto
professores quanto funcionários administrativos. O quadro atual de
concursados será mantido, mas novos profissionais passam a poder ser
escolhidos por processos seletivos e contratados pelas entidades.
Segundo
a Secretaria de Educação (Seduce), as escolas continuarão "100%
públicas e gratuitas". O objetivo é dar maior eficiência e melhorar a
qualidade das unidades, que terão as estruturas melhoradas e manutenção
constante. Com a administração terceirizada, professores e diretores
terão tempo para focar no trabalho pedagógico.
Para os estudantes
e professores a decisão foi tomada sem diálogo com a comunidade
escolar. Eles acham que terceirizar a administração e a contratação de
professores pode ser prejudicial para a escola, além de abrir margem
para a desvalorização dos docentes e redução de direitos em relação a
contratação por concurso público. A Seduce assegura que tem feito
reuniões e buscado o diálogo tanto com estudantes quanto com
professores.