Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Senador Lauro Campos, 13 anos da sua morte

Quarta, 13 de janeiro de 2016
Há 13 anos, no dia 13 de janeiro de 2003, morria o senador Lauro Campos, um político que sempre pautou sua vida com rigorosa seriedade, ética, competência, combatividade. Foi, certamente, um dos maiores senadores que a República teve.
Os três parágrafos seguintes constam da carta do senador Lauro Campos ao PT, quando da sua expulsão, como ele afirmava. A íntegra do documento —entregue a José Dirceu, na época presidente nacional do partido, ex-deputado federal, condenado por corrupção no processo do Mensalão do PT, e hoje preso em Curitiba, sob a acusação de participação também no escândalo da Lava-Jato —pode ser lida na parte final desta postagem.
"A este partido menor devo minha expulsão, que recebo de pé"

"Por outro lado, [o PT] recebe dinheiro das empreiteiras, vendendo o silêncio e a complacência para com os assaltantes do erário, comprometendo-se implicitamente com a não apuração das maracutaias e tranquibérnias. O PT, infelizmente, levou a luta dos trabalhadores para os tapetes do Congresso, campo em que sempre vencem os ácaros e o mofo."

"A dualidade que divide o Partido é a de uma moralidade esotérica, intramuros, de uso interno e limitado, e uma moral exotérica, com a qual se apresenta à imprensa..."
Trechos de textos extraídos da Fundação Lauro Campos

Quem foi Lauro Campos

Lauro Alvares da Silva Campos, casado, quatro filhos, nasceu em 14 de dezembro de 1928, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Filho de Carlos Álvarez da Silva Campos e Maria das Dores Brochado Campos. Faleceu em 13 de janeiro de 2003.
Em 1953, concluiu o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal de Minas Gerais. Terminou em 1958 pós-graduação em Economia do Desenvolvimento, na Universidade Pro DEO, em Roma, na Itália. O título de Doutor em Ciências Jurídicas obteve em 1963, em concurso para catedrático em Economia Política na Universidade Federal de Goiás, onde lecionou também História do Pensamento Econômico.
Moeda, Crédito e Banco e Análise dos Problemas Sociais são algumas das disciplina que ministrou na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, entre 1954 e 1976. Proferiu aulas, como visitante, na Universidade de Sussex, na Inglaterra, em 1976. Integrou o Departamento de Economia da Universidade de Brasília, de 1966 a 1991, tendo passado em 1971 ao corpo docente do Curso de Mestrado. Elaborou o projeto de criação e a estrutura do Curso de Relações Internacionais da UnB.

Eleito, pelo Distrito Federal, Senador da República para o período de 1995 a 2003, integrou como membro titular no Senado Federal a Comissão de Assuntos Econômicos (desde 1995) e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (a partir de 1999). Foi também titular da Comissão de Educação (1995-1998) , na qual depois foi suplente, condição em que atuou na Comissão de Assuntos Sociais (a partir de 1997). Participou também, como suplente, das Comissões de Fiscalização e Controle (1995 – 1996) e de Serviços de Infra-estrutura (1995 – 1998).
Crítico implacável
Formado em Direito e Economia, Campos sempre marcou seus discursos com críticas implacáveis ao neoliberalismo e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2001, quando rompeu com o PT, não poupou munição ao estilo light de Luiz Inácio Lula da Silva, então pré-candidato à presidência da República.

Ruptura com o PT
Marxista, Lauro Campos filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1981. Pertenceu à ala esquerda do partido e foi por ele que conseguiu eleger-se senador, em 1994, com 352.165 votos. Iniciou o mandato no mesmo ano em que o então aliado Cristovam Buarque assumiu o Governo do Distrito Federal. Oito anos depois, a atuação combativa no Senado e a rivalidade adquirida com Cristovam levaram Lauro Campos a uma ruptura radical com o PT.
O estopim foi a declaração do então presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, de que o ex-governador Cristovam Buarque seria o ‘‘melhor candidato’’ petista ao Senado em 2002. Campos avaliou o posicionamento de Lula como uma intervenção. ‘‘O que o Lula veio fazer aqui foi me expulsar. Eu me considero expulso. Quem está expulso, não discute’’, disse na época.
Ele queria concorrer à reeleição, mas tinha Cristovam como adversário dentro do partido. Criou-se um racha interno. No auge da crise, Lauro Campos chegou a declarar que o governo de Cristovam tinha sido pior do que o de Roriz e admitiu que não havia votado no colega petista para a reeleição ao GDF, em 1998.
Em 16 de abril de 2001, Lauro Campos deixou o PT e foi acolhido na legenda do PDT de Leonel Brizola.
Decepção
‘‘Sob certo aspecto, o governo do Cristovam foi mais nefasto (do que o de Roriz). Porque muita gente pensava que Cristovam fosse socialista, petista, no sentido radical do termo. Para elas, a desmoralização e a decepção com o Cristovam significam decepção com o socialismo. Mas ninguém pode se decepcionar com o socialismo diante de um governo de Roriz. A desmoralização do governo Roriz é muito menos grave que a desmoralização do governo do professor Cristovam’’, criticou Lauro, em entrevista à imprensa em dezembro de 2001.

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Morre o senador Lauro Campos
Crítico ferrenho da política neoliberal e do Fundo Monetário Internacional(FMI), o senador foi velado, a partir das 10h de 14 de janeiro de 2003, no Salão Negro do Congresso Nacional. O enterro foi à tarde na ala dos pioneiros no Campo da Esperança.
Discursos inflamados e uma crítica feroz ao capitalismo foram características marcantes da carreira do senador Lauro Campos (PDT). Derrotado nas urnas em 6 de outubro de 2002 e debilitado por causa de um infarto sofrido quatro dias depois das eleições, Lauro Campos morreu às 14h30min de 13 de janeiro de 2003, no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A assessoria de imprensa de Campos informou que ele morreu em decorrência de uma infecção hospitalar.
O senador sofreu um infarto no dia 10 de outubro de 2002, no plenário do Senado. Levado às pressas para o Hospital Santa Lúcia, não precisou ser operado. Mas teve várias complicações em seu estado de saúde durante o tratamento. Os remédios provocaram comprometimento das funções renais e hepáticas de Lauro Campos e o levaram a outras internações. No dia 10 de dezembro, a família decidiu transferi-lo para o Incor. Campos passou o aniversário de 74 anos, comemorado no dia 14 de dezembro, internado.
Na véspera do Natal, a equipe médica do Incor deu alta ao senador, mas ele nem chegou a ir para casa. Uma febre levantou a suspeita de infecção e obrigou-o a permanecer internado. A partir daí, seu estado de saúde só piorou. A febre não cedeu com medicação. Ele teve de ir para a UTI e permaneceu em coma induzido por vários dias até morrer.
O advogado Ulisses Riedel de Resende assumiu a vaga de Lauro Campos no Senado por 17 dias, até a posse dos senadores eleitos em 2002.
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LAURO CAMPOS (1928-2003)
A homenagem que a mídia não fez
Ivo Lucchesi (*) — Observatório da Imprensa

Corretíssimo está o jornalista Alberto Dines quando defende radicalmente a inexistência de qualquer censura à imprensa. Não menos certo, ao afirmar que, em lugar da censura, há de vigorar o permanente estágio de vigília crítica sobre os passos dados pela mídia, sendo, aliás, esta a função do OI. É, portanto, perseguindo tal propósito que não se pode deixar de registrar omissão recente.
É sabido de longa data que, resguardadas as exceções de sempre, a parceria entre mídia e intelectual é, no mínimo, tensa ou conflitiva, principalmente no Brasil das últimas três décadas. É possível que a responsabilidade caiba a ambas as partes. A apuração mais criteriosa acerca desse fato requereria escrita de outra ordem. No caso, pretende-se apenas assinalar o melancólico tratamento jornalístico que a “grande imprensa” destinou ao falecimento, em 13 de janeiro deste ano, de um dos mais ilustres, talvez o mais completo, membro do Senado: refiro-me ao senador Lauro Campos (PDT-DF). Nele se harmonizavam a envergadura intelectual, a retidão do caráter e a combatividade, cuja origem provinha de alentados estudos e de não menos enraizadas convicções. A cada participação na tribuna, correspondia uma riquíssima aula para uma platéia nem sempre à altura. Enfim, o senador permitia, com sua retórica, que outros absorvessem um pouco mais de conhecimento, ainda que, para a maioria, o fosse desnecessário. A “grande imprensa” nada lhe dedicou fora de burocráticos e habituais obituários. Perdeu-se oportunidade, como poucas, para enaltecer-se a figura de um político destituído de qualquer sombra inoportuna capaz de acinzentar-lhe a luminosa trajetória de décadas.

Pobre jornalismo aquele que não desenvolve a sensibilidade para perceber quando, de maneira efetiva, pode tornar-se um instrumento de ativa contribuição para o caráter nacional. Sabendo-se que, para a maioria da população, a figura do político não goza da mais plena credibilidade (e não faltam razões para isso), essa era a hora de oferecer-se a essa mesma população o contraponto, evitando a corrosão progressiva e de efeitos perigosos a todos. É óbvio que propinas desviadas para a Suíça devam merecer diligente acompanhamento e intensa investigação. Todavia, esse foco não exclui o reconhecimento de quem, na vida pública, exerceu sua função com mais plena dignidade. Infelizmente, a morte do senador passou ao largo, em simplórias e marginais matérias informativas. Que pena.
Mídia e o político intelectual
O negligenciamento com o qual a mídia tratou o falecimento do senador não difere daquele que ela lhe conferiu em vida. Afora episódicas aparições, por conta de livros publicados, Lauro Campos, ao longo de seus mandatos, jamais foi escolhido para ser exposto a refletores ou a gravadores. Em outras palavras, não era o político palatável ao tempero midiático, diferentemente de outros que sempre estão na vitrina. Por outro lado, nenhum fato ao redor da vida do senador oferecia enredo interessante para uma novela lacrimejante ou de perfil detetivesco. Ou seja, por ser correto e intelectual, não poderia ser contemplado com o benefício do suporte midiático, sempre à espreita do próximo escândalo ou desvio de conduta. Volto a frisar: nada contra, mas que se realce a outra face, sob pena de sucatear a ainda frágil democracia brasileira.
Outro ponto merece comentário. O descaso da mídia já fora antecipado pelo alto escalão do PT, partido do qual, desde a fundação, Lauro Campos fora signatário – elo que teve de ser desfeito quando, em abril de 2001, a cúpula do PT achou mais oportuno optar pelo nome de Cristovam Buarque. Ao então senador Lauro Campos não restou outra opção além da saída. Triste do partido que para preservar um perde outro. Feliz do partido que pode escolher entre dois belos nomes. A realidade, por vezes, cria injustas injunções… O emérito professor de Economia Política da UnB acabou ingressando no PDT. Com a nova legenda, o senador conheceu a amarga recusa do eleitorado do Distrito Federal, que preferiu, além da merecida vaga obtida por Buarque, dar a outra ao senhor Paulo Otávio (PFL). Lauro Campos foi relegado à humilhante quarta votação nas eleições de outubro passado. Enfim, desvios do jogo eleitoral produzem distorções que exigem acatamento. Tomara que os eleitores brasilienses não se arrependam tardiamente. Afinal, eles poderão consolar-se com os eleitores cariocas que levaram ao Senado o “amado pastor”, deixando de fora nomes como o de Leonel Brizola e Artur da Távola (Paulo Alberto Monteiro de Barros). É curioso que, entre os três excluídos, algo de comum haja: história e conhecimento.
Entre o casamento e o divórcio
O que efetivamente aqui se está tentando pontuar é o divórcio entre a mídia e o intelectual. Que razão obscura insiste em lançar ao ostracismo aquele que criticamente se posiciona? Que mal profundo a voz independente pode produzir à rede corporativista? Quais concessões são exigidas pela mídia para, em troca, dar visibilidade? Nesse momento da vida brasileira em que se mobiliza o sentimento de “esperança” e de “transformação” (será?), talvez se faça oportuna uma revisão profunda quanto a certos procedimentos e compromissos.
Em clima de injetada esperança – e que não seja traída por enganosas mudanças –, não será papel da mídia, ao invés de diariamente focalizar abraços e beijinhos, casar-se com o refortalecimento da inteligência, como valor com o qual uma nação possa aspirar à efetiva autonomia? Será, por outra, que a mídia (ou, pelo menos, a “grande imprensa”) insistirá em joguinhos de “disse-me-disse” e outras picuinhas mais? Está aí. A hora para mudança é agora. Recusada, vingará, como sentença, a afirmação de Lauro Campos, quando de seu desligamento do PT: “Não há mais uma consciência crítica”.
Ainda que a mídia não venha a fazer a sua parte no “pacto da mudança”, poderá o (e)leitor colaborar consigo mesmo lendo três primorosas obras desse mais que senador – um intelectual dedicado ao aprimoramento do pensamento crítico. Em 1980, Lauro Campos publicou A crise da ideologia keynesiana; em 1991, O PT frente do capitalismo. Por fim, em 2001, em obra à qual o senador intelectual dedicou mais de década de estudos e revisões, foi lançado A crise completa: a economia política do não. Sem dúvida é sua obra mais completa e madura, na qual sinaliza horizontes preocupantes com base em criteriosa análise sobre os rumos econômicos e políticos da contemporaneidade, destacando o “império das não-mercadorias”.
No mais, fique o agradecimento por uma vida exemplar, como intelectual e político. Lauro Campos era o símbolo que melhor encarnava a relação entre o conhecimento e sua destinação pública. O lamento profundo é o de saber que os espaços da política brasileira não foram justos quanto ao potencial de uma figura pública tão preparada quanto – da maioria – desconhecida. Que mais poderá haver a lamentar, sob a atmosfera dos alegres “Tristes Trópicos”?
(*) Ensaísta, doutorando em Teoria Literária pela UFRJ, professor-titular da Facha, co-editor e participante do programa Letras & Mídias (Universidade Estácio de Sá), exibido mensalmente pela UTV/RJ
Fonte: Observatório da Imprensa
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Leia adiante a íntegra da carta de Lauro Campos ao sair (ser expulso) do PT.
Brasília, 15 de abril de 2001

Exmo. Sr.

Deputado José Dirceu

Presidente do Partido dos Trabalhadores

Com sofrimentos e decepções crescentes, padecidos por mais de vinte anos de militância no Partido dos Trabalhadores, venho, pela presente, declarar que aceito a expulsão que V.Sª e o presidente "de honra" (sic) do PT fizeram recair sobre minha modesta pessoa.

Esquadrinhando a memória, concluí que a intervenção executada pela segunda vez no PT - DF, pela cúpula nacional - por meio das declarações de Luis Ignácio em matéria do dia 12 no Correio Braziliense - e que teve por objetivo coarctar o processo de livre escolha dos candidatos aos cargos majoritários, evidencia que a ditadura pelega e intelectualóide que se instaurou no PT venceu arrasadoramente. "Aos vencedores, as batatas", repito, machadianamente.

Reconheço que a crise completa do capitalismo desfoca, confunde e "coloca o mundo de cabeça para baixo", na conhecida e feliz determinação de Marx, aquele que foi expulso das estantes e da prática petistas. A crise do capital revela a natureza oculta, latente e real do sistema, como ocorre quando o chão lamacento e acomodado de um lago tranqüilo e límpido é revolvido pela agitação externa.

Mário Covas disse que o "PSDB é, hoje, o anti-PSDB". O PT, desejando vencer ou vencer, sequioso por se tornar confiável às "elites bandidas" (Rubem Ricúpero), confiável aos credores internacionais, aos latifundiários, aos militares e aos banqueiros caboclos sobreviventes, proerizados, adota novas e amareladas bandeiras, plagiadas do PSDB ou empunhadas pelo PFL.

Apóia, por um lado, o salário mísero de 180 reais por mês, acinte aos trabalhadores da base aos quais o PT cupulista e elitizado adere com paixão traiçoeira e acrítica. Por outro lado, recebe dinheiro das empreiteiras, vendendo o silêncio e a complacência para com os assaltantes do erário, comprometendo-se implicitamente com a não apuração das maracutaias e tranquibérnias. O PT, infelizmente, levou a luta dos trabalhadores para os tapetes do Congresso, campo em que sempre vencem os ácaros e o mofo.

O PT é obrigado a adotar uma dupla e falsa ética ao desconhecer as diferenças entre a moral do capital e a ética dos trabalhadores. A dualidade que divide o Partido é a de uma moralidade esotérica, intramuros, de uso interno e limitado, e uma moral exotérica, com a qual se apresenta à imprensa e que o obriga a pedir CPIs e defender uma certa assepsia administrativa e política, cada vez mais rala na prática.

O Partido dos Trabalhadores, ao se neoliberalizar, adotou o enxugamento e a desestruturação: a partir de 1988 desmanchou sua estrutura democrática e arejada, baseada em núcleos, comitês e em ligação com os sindicatos - embrião dos sovietes democráticos e da socialização do exercício do poder político. A despetização do Partido e o medo da proximidade com a CUT enfraqueceram o movimento e a organização dos trabalhadores, no momento em que todas as forças da crise e da dita modernização se abatiam sobre a classe espoliada.

Várias versões mentirosas e que visam justificar a globalização da espoliação - como a que afirma a possibilidade de "globalização sem exclusão", tão verdadeira quanto a existência de um fogo que não queima ou de uma chuva que não molha - são oficializadas pela cúpula. Entre as desculpas covardes, destaca-se a de que os trabalhadores brasileiros merecem o desemprego porque não conseguiram se modernizar, pôr-se à altura das novas tecnologias. Culminam com a necessidade de enxugar o custo Brasil em nome do aumento da competitividade e das exportações. Prefere-se ignorar que estas foram bloqueadas pela política cambial de FHC que sobrevalorizou o real, trancando as exportações e abrindo o mercado interno para a onda de mercadorias subsidiadas que arrasaram os empregos e sucatearam o parque industrial nacional.

Em vez de criticar a política do governo federal, o PT acrítico freqüentava o Alvorada na figura do dócil Cristovam Buarque, que, até a última hora, esperou o apoio de FHC à sua recandidatura a governador do DF. Quando o dito PT da bolsa-escola e dos vales compensatórios governava o DF, pela primeira vez na história política do Distrito Federal Lula deixou de ser o mais votado na Capital, para amargar um último lugar, menos votado do que Ciro Gomes.

Minha expulsão do PT começou com as desgovernanças do neoliberal Cristovam Buarque, contra as quais protestei em desgraça. Sei que fui expulso pelo que fiz e defendi a favor dos trabalhadores, dos aposentados e dos marginalizados, contra os interesses eleitoreiros de um partido que deseja tornar-se confiável às classes e forças burguesas perdidas e ainda bem pagas.

É com orgulho de quem tem a consciência do dever cumprido que me apresentei como pré candidato ao sacrifício de uma disputa desigual, pobre, sem acesso à mídia, luta que se travará no campo de batalha desacreditado pela derrota recente de Cristovam Buarque e pela benevolência de seu governo neoliberal, preocupado em tornar-se confiável e aliar-se a FHC, adversário de Lula. A este partido menor devo minha expulsão, que recebo de pé.

Lauro Campos

Senador da República