Terça, 4 de abril de 2017
André Richter – da Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin
homologou hoje (4) acordo de delação premiada do publicitário João
Santana e sua mulher, Mônica Moura. Responsáveis pelo marketing
da campanha da ex-presidenta Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e
2014, o casal assinou a delação com a Procuradoria-Geral da República
(PGR).
Santana e Mônica Moura foram presos na 23ª fase da
Operação Lava Jato, em fevereiro do ano passado, por determinação do
juiz federal Sérgio Moro, mas foram soltos após pagarem fiança de R$
31,4 milhões e ficarem proibidos de atuar em campanhas eleitorais até
uma nova decisão sobre o caso.
A assinatura do acordo
tramitou em segredo de Justiça, mas foi divulgada nesta manhã pelo
vice-procurador eleitoral, Nicolao Dino, durante o início do julgamento
da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A informação
foi dada para justificar a inclusão de depoimentos do casal de
publicitários no processo em que o PSDB pede a cassação da chapa.
Durante
as investigações, em depoimento perante o juiz Sérgio Moro, Mônica
Moura, que era responsável pela parte financeira da empresa de marketing do casal, informou que recebeu US$ 4,5 milhões em uma conta off shore
na Suíça. Segundo Mônica, o repasse era referente a uma dívida por
serviços prestados ao PT durante a campanha de Dilma Rousseff à
Presidência, em 2010. A empresa do casal fez o trabalho de marketing político da campanha.
Após
o depoimento, o PT declarou que todas as “operações do partido foram
feitas dentro de legalidade”. O partido também ressaltou que as contas
da campanha eleitoral de 2010 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.