Segunda, 13 de novembro de 2018
Por
Helio Fernades
A partir da arrogância da vitória no segundo turno, 15 dias de contradições, erros, desacertos e equívocos insanáveis e irrefutáveis na formação da equipe. E como consequência, derrotas e mais derrotas, no plano militar, legislativo, judiciário. A mais clamorosa, acachapante, destruiu o que ele cultivava como "seu grande trunfo", no caso do visível e previsível fracasso administrativo: o que insinuava e deixava à mostra, uma intervenção militar.
Isso que ele tentava deixar público como fato rigorosamente verdadeiro, não resistiu a uma entrevista do general-ministro Villas Boas. Usando rádio, jornal e televisão, retumbou: "A eleição do Bolsonaro não significa a volta dos militares à vida civil". Muita gente lembrou que o mesmo general tentou impedir que o STF concedesse HC ao ex-presidente Lula.
Foi um fato de bastidores, com o sigilo desvendado. Agora, uma entrevista gravada, falada, escrita, assinada e confirmada. Bolsonaro sentiu o golpe, ficou sozinho e isolado. As derrotas se acumulariam, registrarei as mais importantes. Uma, pessoal e irreversível, diante do presidente do senado. Tendo sabido que o presidente Eunício de Oliveira, (não reeleito) iria colocar em pauta o aumento dos ministros do STF, teto para o salário publico, pediu a ele, pessoalmente, que retirasse o projeto da pauta.
Eunício fez exatamente o contrario, em 72 horas estava tudo aprovado. E o presidente eleito mostrando a falta de prestigio. Ficou revoltado, tinha encontro marcado com o presidente da Câmara e senado.
Revoltado, desmarcou. Hoje estará novamente em Brasília, talvez mude de ideia.
Faltava Bolsonaro e suas ligações nada republicanas com Sergio Moro, serem devassadas pelo judiciário. Não falta mais. O corregedor do CNJ, (Conselho Nacional de Justiça, presidido pelo presidente do STF, criado para investigar o comportamento de magistrados) determinou uma devassa para que se esclareça a razão da nomeação de um magistrado de tão grande participação na campanha e na eleição de Bolsonaro, logo elevado à condição de ministro de duas pastas, e o personagem mais importante da República, logo depois do presidente eleito.
Não estou descobrindo o assunto agora. Durante toda campanha eleitoral, e principalmente de bastidores, denunciei a ligação espúria e rigorosamente criminosa entre o candidato e o magistrado que aplainou o caminho, para que ele chegasse ao Planalto. Tive acesso a 3 encontros entre o candidato e o magistrado. Único assunto tratado, coordenado, conversado. As providências para que o ex-presidente Lula ficasse inelegível.
Era o ponto vulnerável e fundamental, para que a candidatura Bolsonaro passasse a existir. Com Lula elegível, Bolsonaro ficaria sem mandato. Nem presidente nem deputado. Escrevi sobre isso, até o fim.
PS- O CNJ tem poderes para pedir ao Face Book, a transcrição de tudo que escrevi sobre a ligação Bolsonaro-Moro.
PS2- Nem precisa, mas têm minha autorização antecipada.
-----------
Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa
Matéria pode ser republicada com citação do autor