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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Bolsonaro tenta salvar a liberdade de Temer, encontra enormes dificuldades

Quarta, 14 de novembro de 2018
Por
Helio Fernandes

Estabeleceram, logo e surpreendentemente, excelente relacionamento. O presidente corrupto e usurpador, facilitou tudo para a transição, obrigatória. Chegou a nomear o futuro Chefe da Casa Civil, ministro Extraordinário, fato inédito. Depois insistiu com o presidente eleito,  para aprovar imediatamente a badalada, inútil e desnecessária reforma da Previdência.

Bolsonaro aceitou entusiasmado, mas é difícil aprovar essa farsa do déficit da Previdência,  déficit que não existe. O que se conhece é a roubalheira e a sonegação, incessante e interminável. (O competente jornalista e advogado, José Carlos Werneck, escreveu verdadeiros Tratados sobre o assunto, sem o mínimo desmentido).
Ontem, Bolsonaro desistiu, afirmou: "Reforma da Previdência, só em 1919". Mas manteve o propósito de livrá-lo da punição, a partir do primeiro dia de 2019. Parecia fácil, a nomeação como embaixador, mesmo de terceira categoria. Só que pesquisas e sondagens, mesmo fortuitas, concluíram, era praticamente impossível qualquer agreement. Mudaram a expectativa para um cargo a ser preenchido  com simples indicação do governo brasileiro.

O surpreendente Joaquin Levy, que não para em cargo algum, aceitou presidir o BNDES, deixou um cargo suculento nos EUA. Só que esse não serve para o presidente corrupto e usurpador, precisa  ser economista. Existem outros, Bolsonaro continua com a ideia.

PS- Agora a situação complicou tremendamente para o presidente corrupto usurpador. Ele tem 10 dias para sancionar ou vetar, aumentar o salário  dos  magistrados ou manter como estão.

PS2- Sancionar: agrada a 40 mil magistrados de todas as instâncias.

PS3- Vetar: agrada apenas o presidente eleito, desagrada e até revolta os 40 mil magistrados, que não ganharão o aumento de 6 mil reais mensais.

PS4- E vetarão toda e qualquer providência de Bolsonaro, favorecendo Temer.

O BRASIL NÃO TERÁ MINISTRO DO EXTERIOR?

É o que parece. Por causa da reputação do candidato, chamado de nazista e fascista, por todos os grandes jornais do mundo, deveria ser a primeira nomeação, recaindo naturalmente por uma figura excelsa do
Itamarati.
 
O ministério já está praticamente completo, e nada de nomes como
chanceler. Surgiram 2 lembranças de embaixadores aposentados, o que é
desapreço com a renomada e respeitada diplomacia. Em todas as
carreiras ou profissões, o aposentado cumpriu sua trajetória. Não pode
ser considerado indispensável. Dentro de 1 mês, o presidente eleito
será submetido a uma cirurgia.
 
E a escolha do Ministro do Exterior, haja o que houver, será anunciada
ás pressas.
 
NINGUÉM ACREDITA EM SERGIO MORO, NA VERDADE, SEMPRE FOI DESACREDITADO
 
Como a corrupção atingiu níveis espantosos, o combate atingiu uma repercussão sem precedentes. E agindo matreiramente, faturou pessoalmente a revolta da comunidade, capitalizando a popularidade provocada pelo vulto da roubalheira. Mas quando foi contestado, e colocado diante de atos e fatos controversos, ficou totalmente a descoberto, mentindo, mistificando, trapaceando verbalmente.
 
Os dois assuntos, o domínio total da corrupção, e a campanha presidencial, ocorreram ao mesmo tempo. Era natural, portanto, que seu nome aparecesse como candidato. Veio a público várias vezes, até com
raiva (forçada e inexistente) e violência, desmentindo que essa possibilidade pudesse ocorrer. E para reforçar o que pretendia que fosse convicção inabalável, afirmou como se fosse um fato eterno, imortal e duradouro.
 
Textual: "Não deixarei a magistratura por nada, muito menos para fazer carreira política".
 
Não transcorreram 2 anos, começou vibrante carreira política, sem deixar a magistratura. Plantou um relacionamento criminoso com Jair Bolsonaro. E para conseguir o objetivo dos dois, a permanência na magistratura era fundamental. Cumpriu a sua parte no acordo, sem ele e para favorecer o capitão, o ex-presidente Lula continuaria elegível e candidato. Com a coordenação Moro-Bolsonaro, os dois conversaram por três vezes, com os resultados que dominam o noticiário hoje.
 
Só que Bolsonaro é presidente eleito, e Moro continua fingindo, como no Fantástico: "Não serei candidato a presidente". Então por que abandonou a magistratura por um ministério, do qual pode ser demitido a qualquer momento? Além do mais, responde a uma investigação no CNJ, cuja conclusão pode ser altamente ruinosa para ele.

Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa
Matéria pode ser republicada com citação do autor