Quinta, 7 de fevereiro de 2019
Por
Toninho do Psol
Estamos prestes a vivenciar uma trágica mudança nos rumos da
educação pública no Distrito federal, com a introdução da gestão militar em
diversas unidades educacionais.
Lembro que durante a campanha eleitoral em 2018, o então
candidato Ibaneis prometia recuperar o sistema público de ensino, chegando
mesmo a assumir, durante uma entrevista à Rede Globo, a pauta de reivindicações
dos professores e demais trabalhadores da educação. Da mesma forma que prometeu
acabar com o sistema de gestão privada do Hospital de Base.
Agora, na condição de governador, não fez nem uma coisa e nem
outra. Ao contrário. O governador quer passar, de forma paulatina, a gestão das
escolas públicas para a Polícia Militar, retirando esses profissionais de
segurança das ruas, para isolá-los dentro das escolas em tarefas completamente
diversas para a qual foram contratados.
Respeitamos os profissionais da área de segurança, sejam eles
PM`s, Bombeiros Militares ou Policiais Civis. Eles podem perfeitamente
realizarem suas atividades e atribuições até a porta das escolas. Dentro da
escola NÃO! Alí é área privativa de professores, trabalhadores do ensino e
estudantes. Escola não é quartel.
Os policiais militares não são e não estão preparados para
cuidar de alunos. A missão da escola não se confunde com a sua missão. Ademais,
seria humilhante para esses profissionais de segurança pública ter que passar
em revista meninos e meninas para medir tamanho de suas vestimentas,
cumprimento de cabelos ou penteados, ou cantar todos os dias o Hino Nacional na
entrada da escola. Se isso vier a ocorrer, seremos com certeza, motivo de chacota e pilhéria diante desse
absurdo.
Mas afinal, o que está acontecendo com a educação nesse
momento histórico? Não tenho as respostas acabadas, porém não podemos deixar de
registrar que a maré conservadora tem invadido os meios de comunicação,
entidades governamentais, governantes e chefias identificadas com as mais
reacionárias doutrinas no campo educacional e pedagógico, e que isso, com
certeza faz crescer a influência e a propagação dessas idéias na sociedade.
O que mais incomoda é vermos pais de alunos, desavisados e
desinformados, apoiarem esse projeto de militarização do ensino. São vítimas da
propaganda muito bem feita pelo governo e por parte da imprensa, como se isso
fosse a solução para a melhoria da qualidade
do ensino nas escolas públicas do Distrito Federal.