Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Por que lutam os Saarauis? Live neste sábado (17/10) às 15 horas

 Quarta, 14 de outubro de 2020



Veja também: 

Em 1987, o reino do Marrocos terminou a construção do muro que atravessa o deserto do Saara, de norte a sul, em terras quen não lhe pertencem.
Esse é o muro mais extenso do mundo, superado apenas pela antiga muralha da China. Ao longo do muro, milhares de soldados marroquinos fecham a passagem dos saaráuis rumo a sua pátri usurpada.
Várias vezes, todas em vão, as Nações Unidas confirmaram o direito de autodeterminação do povo saaráui e apoiaram um blebiscito: que a população do Saara ocidental decida seu destino.
Mas o reino do Marrocos se negou e continua se negando. Essa negativa equivale a uma confissão. Negando o direito ao voto, o Marrocos confessa que roubou um país.
Há quarenta anos, os saaráuis esperam. Estão condenados à pena de angústia perpétua e de perpétua nostalgia. Eles se chamam filhos das nuvens, porque perseguem desde sempre a chuva. Também perseguem a justiça, mais esquiva que a água no deserto.

 (Eduardo Galeano, no livro ‘Os filhos dos dias’ que é ‘Um calendário histórico sobre a humanidade’. 2ª edição, L&PM Editores, página 133)

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Mariem Hassan (31 de maio de 1958—22 de agosto de 2015). Enfermeira, compositora e cantora. Nacionalidade saharaui


Num dia como hoje, em 1989, morreu o muro de Berlim.
Mas outros muros nasceram para que os invadidos não invadam os invasores.
para que os africanos não recuperem os salários que seus escravos jamais receberam,
para que os palestinos não regressem à pátria que roubaram deles,
para que os saaráuis não entrem em sua terra usurpada,
para que os mexicanos não pisem o imenso mapa que comeram deles,
No ano de 2005, o homem-bala mais famoso nos circos do mundo, David Smith, protestou, à sua maneira, contra a humilhante muralha que separa o México dos Estados Unidos. Um enorme canhão o disparou, e das alturas do ar David conseguiu cair, são e salvo, no lado proibido da fronteira.
Ele nasceu nos Estados Unidos, mas foi mexicano enquanto seu voo durou.


Eduardo Galeano, no livro ‘Os filhos dos dias’, editora L&PM, 2ª edição, folha 355.

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Fundação da Associação de Amizade e Pela Autodeterminação do Sahara Ocidental; Creación de Asociación de Solidaridad con el Pueblo Saharaui en Brasilia

Quinta, 29 de março de 2018
Foi fundada nesta terça-feira (27/03) em Brasília, a Associação de Solidariedade e Pela Autodeterminação do Sahara Ocidental – ASSAHARA, que tem como objetivos 

1 – Ampliar e promover o conhecimento da particular situação política, econômica e social que atravessa o povo saharaui, perante o povo brasileiro que sempre tem demonstrado sensibilidade e simpatia pelo direito à autodeterminação e a independência;

2 – Trabalhar pelo respeito a legalidade internacional que no caso saharaui é patente, através de dezenas de resoluções de Organismos Internacionais;

3 – Alertar e denunciar a dramática situação por que atravessa os direitos humanos, que são sistematicamente violados nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental;

4 – Exigir que se encerre o roubo dos recursos naturais que a administração marroquina tem levado a cabo em território saharaui;

5 – Estreitar os laços políticos entre Brasil e a República Árabe Saharaui Democrática para conseguir o estabelecimento de relações diplomáticas entre ambos países, igualmente como a maioria dos países latino americanos.

A Assembleia de fundação contou com à presença do embaixador Emboirik Ahmed, representante da Frente Polisario no Brasil, que fez um relato da luta contra a ocupação marroquina, as violações dos direitos humanos, dos presos políticos e dos movimentos de solidariedade internacional, aos quais soma-se agora à Asahara. Diversas pessoas fizeram uso da palavra para destacar o empenho por esta causa no Brasil e em especial, no Distrito Federal.

Foram eleitos para diretoria, a ex-deputada María José Maninha, como presidente; Marcos Tenorio, vice-presidente; Fernando Mousinho, secretário-geral; Jorge Guimarães, tesoureiro; e Afonso Magalhães, como vogal. Será agendado um ato político de lançamento público da Associação de Solidariedade e Pela Autodeterminação do Sahara Ocidental.

Brasilia  (Brasil), 29/03/2018 (SPS) - Ha sido creada la Asociación de Solidaridad y por la Autodeterminación del Sáhara Occidental (ASAHARA) en Brasilia para ampliar y promover el conocimiento de la particular situación política, económica y social que atraviesa el pueblo saharaui, ante el pueblo brasileño el cual  siempre ha demostrado sensibilidad y simpatía por el derecho a la autodeterminación y la independencia;
La Asociación tiene también como objetivo trabajar por el respeto a la legalidad internacional que en el caso saharaui es patente, a través de decenas de resoluciones de Organismos Internacionales y alertar y denunciar la dramática situación por la que atraviesa los derechos humanos, que son sistemáticamente violados en las zonas ocupadas del Sáhara Occidental;
La Asociación exigirá que finalice el expolio de los recursos naturales que la administración marroquí lleva a cabo en territorio saharaui;
ASAHARA  trabajará igualmente estrechar los lazos políticos entre Brasil y la República Árabe Saharaui Democrática para lograr el establecimiento de relaciones diplomáticas entre ambos países, al igual que la mayoría de los países latinoamericanos.
El acto  de fundación contó con la presencia del embajador Emboirik Ahmed, representante del Frente Polisario en Brasil, que hizo un relato de la lucha contra la ocupación marroquí, las violaciones de los derechos humanos, de los presos políticos, así como del amplio movimiento de solidaridad existente a nivel  internacional, al  que se suma  ahora a Asahara.
 Diversas personas hicieron uso de la palabra para destacar el empeño por esta causa en Brasil y en especial, en el Distrito Federal.
Fueron elegidos para la dirección, la ex diputada María José Maninha, como presidente; Marcos Tenorio, vicepresidente; Fernando Mousinho, secretario general; Jorge Guimarães, tesorero; Director de Comunicación, Beto Almeida; y Afonso Magalhães, como vogal. Para el Consejo Fiscal fueron elegidos Valeria Martirena, María Antonina Dal Bello y Pedro Batista.
ASAHARA anunció que programará la realización de un acto político de lanzamiento público de la Asociación de Solidaridad y por la Autodeterminación del Sáhara Occidental, que contará con la presencia de líderes partidistas y del movimiento social.
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Leia abaixo a Carta de Princípios da ASSAHARA:



CARTA DE PRINCÍPIOS
O território do Sahara Ocidental continua inscrito desde 1963 na agenda das Nações Unidas, como um dos territórios pendentes de descolonização, sendo ocupado militar e ilegalmente pelo Reino colonialista do Marrocos, desde o dia 31 de outubro de 1975.
Não bastasse a ocupação e as constantes violações de direitos humanos, o Reino do Marrocos ergueu o muro da vergonha do Sahara Ocidental, com mais de dois mil quilômetros e que divide de norte a sul o território. Um muro que é vigiado por mais de 150 mil soldados marroquinos e tomado por uma infinidade de minas terrestres em toda sua extensão que, vez ou outra, provocam mortes e feridos entre os saharauis ou mesmo entre militantes internacionalistas que fazem periódicas marchas e manifestações diante do muro.
O Conselho de Segurança, em acordo com a Frente POLISARIO e o Marrocos, com o apoio da União Africana, adotou, em 1991, o “Plan de Arreglo” para garantir o direito do Povo Saharaui a autodeterminação e instituiu para esse fim a Missão das nações Unidas para o Referendum no Sahara Ocidental – MINURSO.
Múltiplas resoluções das Nações Unidas, da União Africana e um acórdão do Tribunal Internacional de Justiça de Haia reconhecem o direito à autodeterminação do povo saharaui, entendendo que não há registro jurídico nem histórico de vínculo de soberania por parte do Marrocos naquele local. Mais de 80 países do mundo reconhecem a RASD, mas isso fica só no papel. Após 26 anos, continuam negando ao povo saharaui a oportunidade de expressar sua palavra para eleger livremente o seu futuro político.
Apesar de ter firmado acordos e comprometer-se a respeito dos mesmos, o governo marroquino tem mantido até o momento uma atitude de bloqueio e sua implementação, levando a situação a um perigoso beco sem saída, que pode gerar uma escalada de difícil controle em toda região.
A violação sistemática dos direitos humanos nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental, uma prática comprovável e reconhecida pelos organismos humanitários internacionais. Como assinala o último informe da Anistia Internacional, é um sofrimento enorme para a população daqueles lugares, que têm que suportar que ativistas dos direitos humanos sejam mortos, desaparecidos ou condenados injustamente a penas que chegam até à prisão perpétua, mediante falsas acusações e juris manipulados e não com base em provas contundentes.
A tudo isto, se soma a exploração dos recursos naturais como o fosfato, a pesca e a agricultura, que tem sido condenado e qualificado de ilegais pelo ex assessor jurídico das Nações Unidas, Hans Correl, e pelo Tribunal de Justiça Europeu, que considera os tratados firmados com Marrocos como ilegais.
Por tudo isto, diante da negação do respeito aos direitos inalienáveis do povo saharaui a viver sem liberdade e democracia, nós, pessoas comprometidas e defensores do direito do povo do Sahara Ocidental a sua independência, respeito aos direitos humanos e a uma vida digna, decidimos pela criação da Associação de Solidariedade e Pela Autodeterminação do Sahara Ocidental – ASSAHARA, e nos comprometemos com os seguintes objetivos:
1 – Ampliar e promover o conhecimento da particular situação política, econômica e social que atravessa o povo saharaui, perante o povo brasileiro que sempre tem demonstrado sensibilidade e simpatia pelo direito à autodeterminação e a independência;
2 – Trabalhar pelo respeito a legalidade internacional que no caso saharaui é patente, através de dezenas de resoluções de Organismos Internacionais;
3 – Alertar e denunciar a dramática situação por que atravessa os direitos humanos, que são sistematicamente violados nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental;
4 – Exigir que se encerre o roubo dos recursos naturais que a administração marroquina tem levado a cabo em território saharaui;
5 – Estreitar os laços políticos entre Brasil e a República Árabe Saharaui Democrática para conseguir o estabelecimento de relações diplomáticas entre ambos países, igualmente como a maioria dos países latino americanos.
Brasília, 27 de março de 2018
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