Quinta, 17 de maio de 2012
Por Roberto Robaina*
O Jornal Nacional é o principal organizador dos interesses da burguesia brasileira. É o porta-voz mais articulado, disfarçando a defesa apaixonada e particular dos interesses de uma classe social como se fossem de todo o povo e da nação. Trata-se de um reprodutor centralizado e unificado em escala nacional da ideologia dominante. Por isso podemos dizer que o Jornal Nacional é o principal instrumento do mais forte partido político da burguesia brasileira: a Rede Globo.
O Jornal Nacional é o principal organizador dos interesses da burguesia brasileira. É o porta-voz mais articulado, disfarçando a defesa apaixonada e particular dos interesses de uma classe social como se fossem de todo o povo e da nação. Trata-se de um reprodutor centralizado e unificado em escala nacional da ideologia dominante. Por isso podemos dizer que o Jornal Nacional é o principal instrumento do mais forte partido político da burguesia brasileira: a Rede Globo.
A condição de organizador e propagandista dos interesses burgueses
não é propriamente uma novidade. Mas no período atual, em que os
partidos tradicionais da burguesia estão desorganizados e desacreditados
aos olhos do povo, quando se viu forçada, a partir de 2003, a usar o PT
como gerente político de seus negócios, o Jornal Nacional está ainda
mais importante.
Diariamente sua pauta é pensada para impedir que o povo perceba quais
são os projetos societários que estão em disputa. É a defesa do
pensamento único para que o povo não confie em si mesmo, nem acredite
nas lutas sociais. Para que tudo se resuma ao futebol, Fórmula 1,
carnaval, futilidades, violência e que a política seja considerada um
lugar apenas para os partidos da ordem.
O principal assunto, a pauta de abertura do JN do dia 14 de maio,
ocupando o maior tempo do telejornal, foi aquilo que a Rede Globo quer
que o povo brasileiro considere o acontecimento mais importante da
semana: a divulgação sem autorização e criminoso das fotos nuas de
Carolina Dieckmann. As notícias sobre a Grécia, que não logrou formar o
governo e terá novas eleições, em que, aliás, a coalização de esquerda
anticapitalista, Siryza, está em primeiro lugar nas pesquisas, mereceu a
notícia praticamente sem comentários.
Por isso e muito mais, nada melhor do que assistir ao direito de
resposta dado por Leonel Brizola ao Jornal Nacional, em 1994. É o melhor
que a Globo publicou em toda a sua história.
*Roberto Robaina é membro da Direção Nacional do PSOL e pré-candidato à Prefeitura de Porto Alegre.
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