Quinta, 21 de junho de 2012
Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o sistema capitalista e o conceito de economia verde ao discursar nesta manhã na plenária do Riocentro, zona oeste da capital fluminense, no segundo dia de reuniões entre chefes de Estado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Ele aconselhou os demais países a estatizarem seus recursos naturais e serviços fundamentais prestados aos cidadãos.
Rio de Janeiro – O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o sistema capitalista e o conceito de economia verde ao discursar nesta manhã na plenária do Riocentro, zona oeste da capital fluminense, no segundo dia de reuniões entre chefes de Estado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Ele aconselhou os demais países a estatizarem seus recursos naturais e serviços fundamentais prestados aos cidadãos.
“Os serviços básicos jamais podem ser privatizados. É obrigação do
Estado”, disse Evo. “A economia verde é o novo colonialismo para
submeter os povos e os governos anti-capitalistas. Coloniza e privatiza a
biodiversidade a serviço de poucos. Verticaliza os recursos naturais e
transforma a natureza em uma mercadoria. A economia verde converte todas
as fontes da natureza em um bem privado a serviço de poucos”,
criticou.
Ele falou por 14 minutos, embora o limite fosse cinco, e parafraseou
o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, ao dizer “acabe com a fome, não
com o homem. É preciso pagar a dívida ecológica e não a dívida externa”.
Morales acusou os países mais ricos de quererem obrigar os países do
Sul a serem os guardiões pobres das florestas e afetarem sua soberania
ditando como devem utilizar seus recursos naturais. “Querem criar
mecanismos de intromissão, para julgar e monitorar nossas políticas
nacionais com argumentos ambientalistas”, declarou.
“Não é possível que uma civilização de cerca de 200 anos ou 300 anos
tenha conseguido destruir a vida harmônica que os povos indígenas
desfrutaram durante mais de 5 mil anos”, disse Morales, que foi muito
aplaudido, sobretudo, devido à presença de líderes indígenas presentes
na plenária.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que também falou na
plenária foi breve e ameno em seu discurso e disse acreditar que a
conferência chegará a alcançar um modelo de desenvolvimento coerente com
os interesses sociais e econômicos dos países. “O legado do Rio
continua vivo e deve continuar assim para o bem das futuras gerações.”