Domingo, 10 de junho de 2012
Do Blog do Washinton Dourado
É claro que o professor Denílson
Bento assumiu o comando da Secretaria de Educação do DF em um momento
complicado, com problemas estruturais, de recursos humanos,
administrativos e políticos. Entretanto, nada justifica a pasmaceira em
que a Secretaria de Educação vive hoje. Nas escolas o desânimo com a
atual gestão é imenso, as pessoas não acreditam em nova política
educacional, não acreditam mais em gestão democrática e muito menos em
novo projeto pedagógico.
Entre os gestores que atuam na ponta a
situação não é diferente. As reclamações das direções das escolas vão
desde a dificuldade de obter informação correta sobre os diversos
problemas que as escolas enfrentam até mesmo a falta de repasse do PDAF,
de problemas na merenda escolar, da falta de professor, de pessoal de
apoio. E o mais surpreendente é que nas CREs o lamento não é diferente.
Este quadro mostra claramente que há algo
de errado na atual gestão da Educação do DF. Não sei exatamente qual o
motivo, mas o fato é que o Secretário conhece os problemas da pasta, foi
indicado pelo próprio Governador, tem força política, articula com o
Governo Federal, conta com um orçamento respeitável e mesmo assim a
gestão não deslancha, não anima; não sai do trivial, do burocrático, do
básico.
E olha que esta é uma oportunidade única e está sendo perdida. Hoje o Governo local é alinhado com o Federal, tem maioria no Legislativo, tem a imprensa na mão, a Oposição está desmoralizada pelos eventos de três anos atrás, tem o Fundo Constitucional, tem os recursos humanos mais bem formado do Brasil, mas nada disso parece impedir o travamento das propostas que poderiam marcar um novo momento na gestão da Educação do DF.
Então, qual o problema? Será que é a
supervalorização da política de Gabinete em detrimento de um maior
envolvimento direto com quem está no dia a dia das escolas? Será que
articulação política e administrativa com outras áreas do Governo não
existe? Será algum problema na formação da equipe gestora?
Ou o problema é falta de coragem para
enfrentar a agenda política de um Governador que só prioriza a Saúde e a
Copa do Mundo? Ou será que está faltando uma visão mais ampla sobre a
responsabilidade de assumir uma das tarefas mais caras para aqueles que
lutam por uma sociedade diferente, centrada na educação, na
solidariedade, na colaboração em detrimento da competição?
A Educação é uma das bandeiras mais
importante para um Governo que se Esquerda e não pode ser tratada como
reflexo da vontade particular de quem quer que seja. E este parece ser
um dos motivos do marasmo atual: tudo depende da decisão pessoal do
Secretário, que centraliza e ao mesmo tempo perde a oportunidade de ouro
que a conjuntura política oferece. E do jeito que vai não acredito em
melhoria da situação.
É o que penso.
Washington Dourado