Sexta, 1 de junho de 2012
Enquanto os homens exercem seus podres poderes/Morrer e matar de fome ... são tantas vezes gestos naturais, Caetano Veloso – Podres poderes
A derrota do movimento Veta TUDO, Dilma frustrou milhões de brasileiros que não queriam o novo código (anti)florestal. Em cinco dias, a Avaaz.org obteve 2 milhões de assinaturas em abaixo-assinado entregue à presidenta. Foi uma evidente derrota da sociedade para um punhado de grandes multinacionais do agronegócio (soja, cana, café e gado). E agora, o que fazer?
Além do resultado da luta do movimento social em si, importa o que se faz da vitória e da derrota, em outras palavras, qual a consequência dela?
A derrota pode se converter em vitória se ajuda a politizar aqueles que apoiaram o Veta TUDO, Dilma: o governo PT está do lado de quem, de qual classe social? A decisão da presidenta mostrou que ela está do lado das Cargills, Bunges, JBSs, grandes empresas e latifundiários. Assim, a campanha agora é #VacilouDilma.
Parte do projeto desenvolvimentista do governo da motoserra, é o corte do IPI e incentivos à compra dos carros novos. É uma estratégia para continuar com a farra do consumo, anestesiando a classe média, setor que se comporta como um pêndulo da balança, à direita e à esquerda, e importante setor para a contestação e mobilização social, como no Veta TUDO, Dilma.
O que cala? Mais do que se fala, é importante descobrir no que se cala. Enquanto a presidenta esbraveja contra os juros ao consumidor, por que ela não questiona a própria responsabilidade dela pagando os juros mais altos do mundo, além de ilegítimos, aos banqueiros, a partir de todos os impostos, fruto do nosso trabalho? Esse pagamento automático para os bancos consome quase metade de tudo que o governo arrecada da gente, mas alguma vez você já votou a favor disso? Ou pelo menos já foi consultado sobre o que acha disso?
Enquanto isso, no DF, a Ocupação de Novo Pinheirinho foi “vencida pela grande vitória” (de Pirro!) da bolsa aluguel e promessa de habitação no futuro. É a mesma tática que o governo PT, seja no âmbito estadual como federal, adota: cooptar o movimento social com migalhas, quando para os banqueiros, agiotas e rentistas dá os reais recursos (R$ 708 bilhões em 2011, 45% do total do Orçamento da União). E ainda, note que essas bolsas são recomendadas pelo Banco Mundial e FMI, braços da classe dominante mundial.
Da natureza do Poder à luta política contra esse poder. Esta semana veio à tona reunião entre Lula e Gilmar Mendes. O interesse óbvio do ex-presidente é derrotar o Mensalão do PT no STF. Quanto a Gilmar Mendes, vários fatos abjetos dele são públicos, mas o que o notabilizou foi o habeas corpus que concedeu ao banqueiro do Mensalão, Daniel Dantas.
O caso Lula-Gilmar vem à tona na mesma época do escândalo Cachoeira, que envolve os governadores Perillo/PSDB, Agnelo/PT e Cabral/PMDB. Desde o Mensalão do PT, é o maior caso de corrupção que vive a República. E, pior: com protagonista já envolvido no Mensalão, Carlos Cachoeira. A troca de mensagem entre líder do PT, Cândido Vaccarezza, e o governador Sérgio Cabral/PMDB mostra a intenção de proteger e acobertar o mar de lama em que Cabral está imerso, para tudo terminar em pizza. A não convocação de Cabral para depor na CPMI do Cachoeira dá prova do espúrio conluio. Outro fato conectado foi a compra da Delta, construtora de Cachoeira, pela JBS, empresa constituída com dinheiro público, via BNDES. Não estranhe que o presidente do Banco Central de Lula seja justamente o atual presidente da JBS, Henrique Meirelles, também envolvido em ligações com Cachoeira.
O que salta à vista é a corrupção dos Poderes, que perpassa o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, no órgão mais elevado deste tipo de sociedade (burguesa), o Estado burguês.
Que cachoeira leve os Gilmares Mendes, os Lulas, os Cabrais/PMDBs, os Agnelos/PTs, Perillos/PSDBs, revistas Vejas e seus banqueiros, em suma, os partidos da ordem e a burguesia, com as 1000 famílias mais ricas do Brasil!
Os gregos dão, além dos filósofos, outra lição ao mundo: não adianta a luta se esgotar no confronto direto da rua, isto é extremamente necessário, mas não suficiente. Para o parafuso completar o giro, e não parar na metade, é necessário que a massa insurgida tome o poder. O sujeito social já está dado, trabalhadores e juventude, e o sujeito político é o partido, na Grécia é a Syriza. Mesmo que a Syriza não ganhe – dado que a burguesia de todo o mundo está, com seus poderes, unida em campanha contra ela -, já será vencedora pela resistência política ao capitalismo nesse período de ataque à classe proletária. A Syriza se tornou um exemplo para a esquerda mundial ao unir os partidos anticapitalistas.
“Chegou a hora de fazer a praça virar palácio. O povo decidiu ocupar a política” – Juntos! Por Outro Futuro.
Convite para participar de Plenária do Juntos!
O Juntos! DF convida a tod@s para a I Plenária Regional. Venha conhecer e fazer parte do Juntos!
Data: 02 de junho, sábado.
Horário: 13 h
Local: SQN 403, Bloco K, Salão de Festas
PROGRAMAÇÃO:
13:00 – Mesa de abertura:
- Apresentação do Juntos! nacional (com Rodolfo Mohr, Executiva da UNE pela Oposição de Esquerda)
- Apresentação do Juntos! DF (com Juliana Selbach, militante do Juntos! DF)
15:00 – Painel sobre a RIO+20, Cúpula dos Povos e Código Florestal com Enilton Rodrigues e Renata Albuquerque (militantes do Juntos! DF)
16:00 – Plenária de encaminhamentos
por Marcello Barra, sociólogo, para O MIRACULOSO
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