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(Millôr Fernandes)

sábado, 9 de junho de 2012

Relator quer CPMI investigando mais Cachoeira e menos a Delta

Sábado, 9 de junho de 2012
Da Agência Brasil
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), quer a comissão centrada mais na investigação da relação dos governos com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do que nas atividades da empresa Delta com os governos.

"O fato determinado da nossa CPMI é identificar a relação do Cachoeira com os governos, com órgãos de Estado. Não é investigar a relação da empresa Delta com governos", disse o relator à Agência Brasil.

Odair Cunha quer a comissão perseguindo o "foco", que, segundo ele, está nas relações de Cachoeira com entes públicos. "A relação da Delta com governos não deve ser investigada por nós, porque senão vamos perder o nosso foco. É preciso nos preocuparmos com o fato determinado que originou essa investigação".
"Abrir a investigação de maneira ampla, geral e irrestrita não é bom método de investigação. Não é um método eficiente. Fazendo isso, pode ser que a gente deixe de fora ao fim de nossa investigação, as pessoas que o Cachoeira corrompeu", disse o relator.

Ontem (8) o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) criticou a posição do relator de não pautar os requerimentos de convocação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot. Além disso, o senador acusou o relator de fazer uma "blindagem" à Delta. “Tudo que tem interface com a Delta tem sido sobrestado", reclamou Rodrigues.

Rodrigues é um dos parlamentares que pressionam para que na próxima quinta-feira (14) haja uma sessão administrativa para votar os requerimentos de convocação de Pagot. Ele também quer que a comissão julgue 28 requerimentos de quebra de sigilos de empresas "laranjas" que teriam recebido dinheiro da Delta.
Já o relator é contrário à sessão administrativa. "Temos 70 convocações de pessoas já feitas e 38 quebras [de sigilo] de pessoas jurídicas, além de 12 de pessoas físicas, que precisam ser analisadas. Nós não podemos sair quebrando sigilos de pessoas e empresas ao sabor das pressões políticas e partidárias".
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Comentário do Gama Livre: Nesse delta ninguém deve mexer. O relator Odair Cunha (PT-MG), e o governo Dilma, têm razão. Onde já se viu querer investigar profundamente a Delta, o que resultaria, certamente, na apuração das relações da empresa com os governos Lula e Dilma. Lembremos que Dilma foi a “gerenta” do Pac, a mãe do Pac, e a Delta é a grande obreira do programa. Nem sequer vão deixar apurar a fundo o governo daquele cara que é deles e eles são do cara. Cabral? Não, ele descobriu o Brasil, mas o relator não quer que o Brasil descubra quem é o seu Cabral.

Há o risco, sim, de perder o foco da CPMI. Mas foco é apenas uma questão de como se está querendo “focar” a corrupção que grassa nas relações das empreiteiras com os governos, tanto federal como alguns (só alguns?) estaduais.

No fundo no fundo, não é bem apenas ao seu Cabral que querem blindar. É à Delta e a seus clientes. Entendeu? Afinal, navegar nesse delta é muito perigoso, tanto para marinheiros como para os comandantes.