Quarta, 13 de junho de 201
Alex Rodrigues *
Repórter Agência Brasil
Repórter Agência Brasil
Simultaneamente à abertura, no Rio de Janeiro, da
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, começou hoje (13), em Altamira (PA), o encontro Xingu+23.
Até o próximo dia 17, o evento organizado pelo Movimento Xingu Vivo
Para Sempre pretende reunir pescadores, ribeirinhos, pequenos
agricultores, índios, acadêmicos, ativistas e representantes de diversos
movimentos sociais.
A expectativa dos organizadores é que ao menos 500 pessoas contrárias à
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte participem do encontro,
ajudando a definir os próximos passos do movimento de resistência ao
empreendimento.
O evento ocorre em Santo Antônio, comunidade parcialmente desapropriada
e já indenizada pela Norte Energia. Além de Altamira, outras dez
cidades estão sob a área de influência da futura usina. Segundo o
Movimento Xingu Vivo, estes municípios totalizam uma área de 25 milhões
de hectares (um hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol
oficial), o correspondente a cerca de 20% do estado. Ainda de acordo com
o movimento, a usina deverá alagar uma área de cerca de 640 quilômetros
quadrados.
Além de uma alusão ao evento ambiental que reúne, no Rio de Janeiro,
lideranças governamentais, empresariais e sociais com o objetivo de
definir os objetivos mundiais para um novo modelo de desenvolvimento, o
nome do encontro paraense relembra o 1º Encontro dos Povos Indígenas do
Xingu, de 1989, apontado pelos organizadores como “a primeira vitória
dos povos contra o projeto de barramento do rio”.
“Há 23 anos, os povos da região dizem não a um projeto que, a médio e
longo prazo, vai eliminar os povos indígenas da região”, disse o
presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo da
Prelazia do Xingu (PA), Dom Erwin Krautler, durante a divulgação do
Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, hoje (13), em
Brasília.
Uma das principais obras de infraestrutura incluídas no Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto de construção prevê que a
Usina Hidrelétrica de Belo Monte terá capacidade instalada para gerar
até 11,2 mil Megawattz. Segundo a empresa Norte Energia, o
empreendimento, orçado em R$ 25,8 bilhões, vai gerar milhares de
empregos, atraindo cerca de 54 mil famílias para a região. A previsão é
que as 24 turbinas entrem em funcionamento a partir de 2019.
* Colaborou Pedro Peduzzi
Edição: Rivadavia severo
Edição: Rivadavia severo