Quinta, 20 de junho de 2013
É uma vergonha e merece a maior repulsa da opinião pública, a
comparação que alguns órgãos de imprensa (e personalidades políticas que
estão sendo repudiadas e, por isso, assustadas), fazem entre os jovens
que protestam pacificamente e os rotulados de vândalos (palavra muito
usada, eu acrescentaria outra: baderneiros).
No Rio, os protestos que lotaram a Avenida Rio Branco com mais de 100
mil manifestantes, como sempre, os maiores ou os mais importantes do
país, sem desmerecer os outros. Capital ou ex-capital do Brasil, aqui
tudo ganha amplitude nacional e internacional. No final da passeata dos
100 mil, um grupo de mil ou 2 mil participantes de um grupo, “VAMOS
RADICALIZAR”, assaltaram a Alerj.
A própria Dona Dilma, que não sai da televisão, várias vezes por dia,
discursou sobre o assunto, debaixo dos holofotes, que adora. Começou
dando a impressão de sinceridade: “Numa democracia, o povo tem todo o
direito de ir para as ruas, se manifestar e protestar contra o que bem
entenderem ou quiserem”. Era só impressão, logo veio o que pretendia
destacar, que começava assim; “INFELIZMENTE”.
DONA DILMA COLOCA O NEGATIVO, MÍNIMO, COM ELA NOS HOLOFOTES
Depois desse INFELIZMENTE, vieram as ressalvas, que já eram
esperadas. Principalmente pelos que conhecem o constrangimento que se
apossou dela depois da vaia do Mané Garrincha, situação alarmante para o
seu governo, agravada agora por esse movimento inesperado e
surpreendente. Que recebe solidariedade do mundo. E críticas e
restrições também do mundo inteiro, pela violência da repressão dos
governantes.
Dona Dilma foi em frente: “Não podemos aceitar a violência como forma
de protesto, numa democracia isso não pode ser aceito”. Dona Dilma
antes devia ter examinado a situação, feito uma análise sobre os fatos
(teve tempo de sobra) e usado até a “maquininha de calcular” para
comparar os 100 MIL PACIFISTAS e o grupo de MIL ou 2 MIL, mais visíveis
na violência, na destruição, no roubo, na depredação.
QUANTOS SÃO OS
VÂNDALOS E BADERNEIROS
Qualquer primeiroanista de Aritmética (por favor, Matemática é outra
coisa, mas adoram utilizar essa palavra) chegaria à conclusão óbvia. 100
mil protestando pacificamente contra mil ou 2 mil baderneiros, dá
exatamente 1% ou, vá lá, 2% do total, o que acontecerá sempre, em
qualquer concentração gigantesca como a que está acontecendo e irá
continuar, é impossível saber até quando.
IMAGINA NA COPA?
Não sei quem criou ou inventou esse bordão, mas desde já pode ficar
com os royalties. Isso, a propósito do movimento o povo está nas ruas.
Se agora, sem treinamento, não querendo nem líderes nem participação com
partidos, conseguiram estremecer o país, provocaram tamanha
repercussão, podem pensar o que eles poderão pretender ou conseguir
dentro de um ano, na Copa do Mundo?
Para não fugir do que já é uma realidade intransponível e insuportável: IMAGINA NA COPA?
MOVIMENTO PASSE LIVRE
COM REPERCUSSÃO NO MUNDO
Nos mais diversos países, jornais, revistas, blogs, sites,
colunistas, destaque para o que aconteceu e continua acontecendo no
Brasil. E todos ressaltam a capacidade, a competência, a compenetração
desses jovens, que desde o primeiro momento sabiam e sabem o que
pretendiam e pretendem.
Tudo o que tem repercutido no mundo é positivo e não negativo. Não
vivemos mais num mundo escondido e enclausurado pelo medo, pela
indecisão, pela pergunta que arruinou e silenciou gerações: “Temos que
pensar no que vai acontecer depois”.
Agora, o DEPOIS já vem entrelaçado com o ANTES, o objetivo coletivo é
muito maior do que a segurança ou insegurança individual. Nisso, então,
NOTA MIL mil para os protestos.
E A CORRUPÇÃO DOS GOVERNOS?
Para terminar por hoje, por hoje, isso não vai parar tão cedo. Como
um dos principais itens do protesto legitimo, reconhecido, aplaudido, a
ação desvairada do roubo dos dinheiros públicos que domina todas os
setores, todos os Poderes, aparece destacadamente em qualquer pesquisa,
que se resume na palavra dominante: C-O-R-R-U-P-Ç-Ã-O.
Nos cálculos estabelecendo o número de protestos pacíficos e os
ilegítimos, infiltrados e até pagos para isso, encontrei 1 ou 2 por
cento. Se os governantes federais, estaduais e municipais conseguirem
restringir a CORRUPÇÃO a 1 ou 2 por cento dos orçamentos, que maravilha
viver.
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PS – Dona Dilma tem todo o direito de dizer o que entender, quando e
onde desejar. Mas tem uma relação pela frente (pela frente?), pelo
menos poderia ser mais compreensiva, sincera, deixar esse lado
entorpecente, contaminado e blandicioso, que palavra,
I-N-F-E-L-I-Z-M-E-N-T-E, com que começou a fase negativa de sua
exposição aos holofotes.
PS2 – Perdão, disse que Dona Dilma pode dizer o que bem entender,
desde que não atinja o PMDB ou outros partidos aliados e apaniguados,
esses são intocáveis.
MINISTRO DIZ QUE HOUVE
“QUEDINHA” NAS PESQUISAS
O ministro da Justiça não exorbitou. Em tom ameno, cordial e
tranquilo, demonstrando sinceridade, afirmou na televisão: “Se eu fosse
da oposição, também estaria comemorando os resultados da última
pesquisa. Mas, ao contrário do que disseram, não foi uma queda e sim uma
QUEDINHA”.
Como nem mesmo neste país política e eleitoralmente surrealista, não
existe ministro oposicionista (lógico, a não ser do PMDB pagador de
promessas), José Eduardo Cardozo não pode ser reprovado pelo otimismo,
Mas é preciso perguntar ao ministro: “O senhor diria a mesma coisa,
manteria o mesmo ar de satisfação, depois da vaia do Mané Garrincha?”
Ou o senhor também identificaria a reação do público, pelos próprios
padrões, e chamaria a vaia de V-A-I-A-Z-I-N-H-A? Aí entraria em clima de
absurdo e surrealismo. VAIAZINHA? Dona Dilma abandonou o discurso
preparado, queria se retirar, não deixaram.
Quer dizer: a presidente da República correu todos os riscos, foi ao
estádio apenas para dizer, “está aberta a Copa das Confederações?”. Para
um presidente, é pouquíssimo, para os 71 mil espectadores, quase um
desprezo. E até agora Dona Dilma não se recuperou, no Planalto é
proibido tocar no assunto, seja de que forma for.
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PS – Dona Dilma não cai nas pesquisas externas, porque os supostos
adversários não falam em ganhar, só querem ir para o segundo turno.
PS2 – Quem pode ganhar está “oculto por eclipse”, embora todos
saibam que está bem perto. Na primeira eleição, Dona Dilma foi para o
segundo turno. O que adiantou para os adversários?