Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Repúdio às propostas de Collor contra a fiscalização dos tribunais de contas

Quarta, 10 de julho de 2013

Nota de repúdio a propostas contra atuação dos TCs

10/07/2013
O Instituto Rui Barbosa divulgou, na sexta-feira passada (5/7), nota de repúdio às propostas de lei apresentadas pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) visando a restringir a atuação dos Tribunais de Contas, sob a alegação de que a fiscalização estaria impactando no valor e no andamento das obras realizadas pelo poder público.

O IRB é uma associação civil de estudos e pesquisas e tem por objetivo aprimorar as atividades exercidas nos Tribunais de Contas do país. Também cabe ao instituto investigar a organização e os métodos e procedimentos de controles externo e interno para promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos serviços dos TCs do país.

Abaixo a íntegra da nota de repúdio:
O Instituto Rui Barbosa, associação de estudos e pesquisas dos Tribunais de Contas do Brasil, repudia as propostas apresentadas no último dia 3 de julho pelo ex-presidente da República e senador Fernando Collor. A saber:
 
1) Emenda ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, que visa à responsabilização civil e administrativa de servidores por falhas no procedimento fiscalizatório que acarretem comprovados prejuízos ao Erário pela paralisação ou atraso na execução de obras e serviços.
 
2) Projeto de Lei para condicionar à aprovação do Congresso Nacional a produção de efeitos de medida cautelar do Tribunal de Contas adotada em relação a contratos administrativos.
 
A sugestão para penalização de auditores desenha-se como uma tentativa de imposição de um clima de terror entre servidores públicos de Tribunais de Contas, cuja atribuição constitucional é coibir a malversação do dinheiro público por meio da fiscalização de atos e procedimentos. É a contramão das passeatas feitas por milhões de brasileiros que rumaram à transparência e clamaram por um basta à corrupção.
 
Para eventuais questionamentos legais de procedimentos fiscalizatórios, o caminho natural é o Poder Judiciário. Técnicos de Tribunais de Contas, por meio deste Instituto e por unidades de Educação Corporativa espalhadas por todo o Brasil, são capacitados exaustivamente em toda transversalidade disciplinar, característica ao Sistema de Controle Externo, o que, seguramente, credencia-os como um dos mais especializados e bem treinados corpos técnicos do País.
 
Em relação à proposta, para que medidas cautelares de ministros e conselheiros necessitem de aprovação do Poder Legislativo, entende-se que se trata de uma tentativa, não apenas de limitar a atribuição judicante, bem como de ensaiar discussões no âmbito político-partidário que poderão custar caro aos cofres públicos.
 
Por fim, o Instituto Rui Barbosa compreende a atitude como consequência do avanço substantivo do Sistema de Controle Externo, que tanto tem incomodado gestores mal intencionados e descapacitados. Atitude característica de quem conhece de perto a mão forte e eficaz do Controle, seja Externo, seja Social.

Instituto Rui Barbosa
Associação de Estudos e Pesquisas dos Tribunais de Contas do Brasil