Sábado, 2 de novembro de 2013
Como o cientista francês Hippolyte Rivail se tornou, aos 53 anos, Allan Kardec, criador da doutrina espírita e fonte de inspiração do médium brasileiro Chico Xavier
Andres Vera — Revista IstoÉTRANSFORMAÇÃO
Autor de cerca de 20 livros e membro de nove sociedades científicas, o professor
Rivail era um descrente. Até que passou a frequentar reuniões de “mesas girantes”
na França e adotou o nome que o tornou célebre como o criador do espiritismo
"A pessoa que estudar a fundo as ciências
rirá dos ignorantes. Não mais crerá em fantasmas ou almas do outro
mundo.” Era assim que o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, membro
de nove sociedades científicas e autor de cerca de 20 livros sobre
pedagogia na França do século XIX, resumia seu ceticismo. Intelectual
respeitado, ele vivia em um universo no qual a ciência estava em
ebulição, em meio a discussões sobre eletromagnetismo, motor a vapor e
lâmpada incandescente. Apesar disso, tornou-se o criador da doutrina
espírita tal qual ela está sistematizada hoje, que crê, entre outras
coisas, na reencarnação e na comunicação entre vivos e mortos. É a
história dessa transformação que está sendo contada no recém-lançado
“Kardec, a Biografia” (ed. Record), do jornalista brasileiro Marcel
Souto Maior. “Kardec precisou ir além da religião para criar uma
doutrina inteira em apenas 13 anos”, diz o autor. De 1857, ano de sua
conversão, aos 53 anos, a 1869, quando morreu de aneurisma cerebral, o
francês já havia arrebatado sete milhões de seguidores no mundo. Um
número impressionante para um planeta com então 1,3 bilhão de habitantes
e comunicação precária. Os créditos da velocidade recaem sobre o
próprio. “Ele alcançou isso porque dava tratamento científico aos
estudos e sabia divulgá-los”, afirma Souto Maior. Leia a íntegra