Segunda, 16
de junho de 2014
Alana Gandra
- Repórter da Agência
Em nota divulgada há pouco, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do
Município do Rio de Janeiro (Sindjor Rio) manifestou que “a violência praticada
contra jornalistas chegou a níveis inaceitáveis - e insustentáveis - na cidade
do Rio de Janeiro com a prisão da repórter Vera Araújo, de O Globo, e a
agressão à repórter fotográfica freelancer Kátia Carvalho durante o exercício
da profissão nesse domingo (15)”.
A jornalista Vera Araújo foi presa pelo sargento Edmundo Faria, da
Polícia Militar (PM), quando se recusou a parar de filmar a detenção de
um torcedor argentino que urinava nas proximidades do Estádio do Maracanã, zona
norte da cidade.
De acordo com o sindicato, “ela foi algemada, agredida, impedida de usar
seu celular e, dentro da viatura, deu voltas por diversos bairros antes de ser
levada à Cidade da Polícia, onde a ocorrência foi registrada. No mesmo dia,
Kátia foi atingida por uma bomba disparada pela PM em protesto perto do
estádio, que a feriu gravemente nas costas”.
A nota acrescenta que “diante da escalada de violações direcionadas à
nossa categoria, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio
contratou o advogado Lucas Sada, especializado em direito criminal, para
auxiliar os associados, que já contam hoje com assistência nas áreas cível e
trabalhista. Orientamos ainda os profissionais que foram agredidos por
policiais que busquem o sindicato para entrar com ações judiciais por danos
morais contra o Estado. Estudamos ainda entrar com uma ação civil pública que,
atuando de forma coletiva, possa conter a violência contra os jornalistas no
Rio”.
O Sindjor Rio deve enviar amanhã (17) ofícios ao governo estadual,
representado pelo gabinete do próprio governador Luiz Fernando Pezão, pela
Secretaria de Segurança Pública e pelo comando da PM, e também ao
Ministério Público, solicitando que sejam tomadas providências e feita
uma rigorosa apuração dos culpados pelos episódios envolvendo as
jornalistas Vera Araújo e Kátia Carvalho. As denúncias dos profissionais de
imprensa que sofrerem agressões enquanto trabalham podem ser feitas
pelos telefones de plantão do sindicato (21) 99439 2951 e (21) 99278-2137.
Segundo relata o sindicato, o número de casos de violência contra
jornalistas na cidade é crescente. De maio de 2013 a maio deste ano foram
agredidos ou hostilizados 73 profissionais no Rio, sendo que um deles, o
repórter cinematográfico Santiago Andrade, morreu. A maioria das situações
(80%), assegura o Sindjor Rio, foi provocada por policiais militares.