Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Operação Zelotes: Ex-ministra Erenice Guerra é citada

Terça, 8 de setembro de 2015
De acordo com depoimento de motorista, Erenice mantinha vínculo com escritórios suspeitos de pagar propina

Fontes: revista Veja-Foto: André Dusek/AE/VEJA - 
Blog do Sombra
Ex-titular da Casa Civil e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Roudeau foram citados por motorista que sacava dinheiro... no esquema de corrupção no Carf.
 
Apontado na Operação Zelotes como responsável por sacar dinheiro do esquema de corrupção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o motorista Hugo Rodrigues Borges afirmou que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra mantinha vínculo com um dos escritórios suspeitos de pagar propina a conselheiros do órgão. O Carf é uma espécie de "tribunal" que julga casos de grandes contribuintes em débito com a Receita Federal. Por nove anos, Borges foi uma espécie de "faz-tudo" do advogado José Ricardo da Silva, ex-integrante do Carf, acusado de ser um dos chefes do esquema.
 
De acordo com reportagem desta terça-feira do jornal O Estado de S. Paulo, o auxiliar sacou 4 milhões de reais em espécie de contas associadas aos escritórios de consultoria de Silva e de um de seus sócios, o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como "APS", também alvo da Zelotes.
 
Em depoimento à CPI do Carf, o motorista contou que Erenice frequentava semanalmente a sede das empresas de Silva, no Lago Sul, em Brasília, acompanhada do ex-ministro de Minas e Energia Silas Roudeau, ligado ao senador Edison Lobão, ex-titular da mesma pasta. De acordo com Borges, as idas "eram bem frequentes" até que a "sociedade!" se desfez, em 2012.
 
"Eram ele (Roudeau) e a Erenice que frequentavam o escritório lá. Eram várias salas de reuniões, então fechavam as portas", relatou o depoente, que não soube dar detalhes dos assuntos tratados pelos ex-ministros. "Cruzei várias vezes com ela na sala do escritório... era um poço de arrogância."
 
Erenice era a principal auxiliar da então chefe da Casa Civil Dilma Rousseff no governo Lula e a substitui em 2010, quando a petista se lançou candidata à Presidência da República. Deixou o cargo no mesmo ano, após ser acusada de exercer tráfico de influência na pasta.
 
Segunda fase - A segunda fase da Operação Zelotes, deflagrada na última quinta-feira mira empresas que atuavam para dar fachada legal aos recursos que circulavam no esquema de corrupção do Carf. Conforme fontes com acesso às investigações, a suspeita é de que escritórios de contabilidade, alvos das buscas, forneciam notas fiscais frias para justificar saídas de dinheiro das empresas que pagavam propina a conselheiros do órgão, espécie de "tribunal" que julga casos de contribuintes em débito com a Receita Federal.
 
Nesta fase, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em nove escritórios de contabilidade no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. No jargão dos investigadores, a função dessas empresas era "esquentar" o dinheiro do esquema. O objetivo das ações é ter acesso a provas sobre o envolvimento de 12 pessoas jurídicas e 11 pessoas físicas com as fraudes.