A decisão do Supremo Tribunal Federal, anunciada, nesta
quinta-feira, 17, de proibir doações de empresas para campanhas eleitorais foi
comemorada pelo senador Cristovam Buarque no plenário do Senado.
- Há alguns meses fui ao ministro Gilmar Mendes pedir e
cobrar dele uma posição já que ele estava segurando esse
processo há tanto tempo (havia pedido “vistas”) e ele disse que entregaria no
começo do segundo semestre. Discordo da posição dele, mas ele cumpriu o que
prometeu.
Para o senador, foi uma grande vitória, que agrega muito à
democracia brasileira e dá a ele tranquilidade de pensar, um dia, em voltar a
ser candidato à Presidência da República.
- Vou falar no meu nome, mas aí sei que há muitos – e me dá
mais tranquilidade de um dia ainda ser candidato no Brasil, porque eu duvidava
muito de voltar a ser candidato se tivesse de pegar dinheiro de empresas, o que
deixa todos nós sob suspeição.
O senador criticou ainda a proposta de Orçamento da União
para 2016 e o pacote de medidas fiscais apresentados pelo Governo. Para
Cristovam, o Orçamento foi uma atitude improvisada do Governo para corrigir os
erros e descuidos cometidos nos últimos tempos.
- O Brasil não tem razão para estar passando por essa
dificuldade a não ser por erros, imprevidências na maneira pela qual a economia
foi gerida, sobretudo nos últimos dois anos.
O pacote de medidas fiscais também foi criticado, por apresentar
medidas com possibilidade de não serem executadas. Como exemplo, o senador
Cristovam citou a utilização anunciada de parte da verba do Sistema S e do FGTS
para cobrir o déficit orçamentário:
- Uma parte dos recursos que eles estão prevendo sai do FGTS,
(...). E se alguém entrar na justiça e considerar que não é direito usar esse
dinheiro com base apenas na decisão do executivo e do legislativo? (...)
Colocar recursos do Sistema S é improvisação, não se sabe nem se vai ser
possível ou não tirar dinheiro do Sistema S para colocar na cobertura do
déficit. E contar com a aprovação do Congresso é mais improvisação ainda.
A falta de credibilidade no governo e nas medidas adotadas
também foi ressaltada pelo senador. Para ele, o Governo está desacreditado não só
quanto aos métodos utilizados para chegar aos números do orçamento, mas também
quanto ao direcionamento das verbas.
- Quando a gente faz um orçamento a principal qualidade é a
credibilidade de quem vai executar. A segunda é a confiança técnica em quem fez.
Hoje eu não sinto confiança na técnica de quem fez e ainda menos com confiança
política na vontade de quem vai executar. E quem garante que o ministro Levy
continuará ministro daqui a um mês
No final de seu pronunciamento, Cristovam lembrou uma frase
do discurso proferido pelo senador Lasier Martins:
- Não vou afirmar que concordo com a frase do senador
Lasier, corajosa, de dizer que a presidente perdeu a capacidade de liderar e
sob seu comando o país se fragiliza a olhos vistos, mas quero dizer que a frase
merece nossa reflexão.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Gabinete do Senador
Cristovam Buarque