Segunda, 18 de janeiro de 2016
"O fosso entre a faixa dos mais
ricos e do restante da população (do planeta) aprofundou-se de forma
dramática nos últimos 12 meses", avança a Oxfan. Segundo esta
organização, em 2015, 62 pessoas detinham tanto capital como a metade
mais pobre da população mundial.
18 de Janeiro, 2016 -
Foto de Paulete
Matos.
No ano passado, o capital acumulado pelo 1% das pessoas mais
ricas do mundo suplantou o dos 99% restantes, constata a organização
não-governamental (ONG) britânica Oxfan no relatório intitulado "Uma economia a serviço do 1%", que foi
divulgado esta segunda-feira.
"O fosso entre a faixa dos mais ricos e do restante da
população (do planeta) aprofundou-se de forma dramática nos últimos 12
meses", avança a organização.
"No ano passado, a Oxfam previu que isso aconteceria em
2016. No entanto, aconteceu já em 2015: um ano antes", lê-se no relatório,
tornado público dois dias antes do início do Fórum Económico Mundial de Davos,
onde se vão reunir os líderes políticos e responsáveis das empresas mais
influentes do mundo.
A ONG estima que "62 pessoas possuem tanto (capital)
quanto a metade mais pobre da população mundial", quando há apenas cinco
anos eram 388.
"Não podemos continuar a deixar que centenas de milhões
de pessoas passem fome, quando os recursos para ajudá-los estão concentrados no
topo em tão poucas pessoas", defendeu Manon Aubry, responsável pelos
assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam França.
Segundo a ONG britânica, "desde o início do século XXI,
a metade mais pobre da humanidade beneficia de menos de 1% do aumento total da
riqueza mundial, enquanto os 1% mais ricos distribuíram entre si metade desse
aumento".
A Oxfam exorta a que se ponha fim "à era dos paraísos
fiscais", assinalando que nove em cada dez empresas que figuram
"entre os sócios estratégicos" do Fórum Económico Mundial de Davos
"estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal".
"Devemos abordar os governos, empresas e elites
económicas presentes em Davos para que se comprometam a pôr fim a esta era dos
paraísos fiscais, que alimentam as desigualdades mundiais e impedem centenas de
milhões de pessoas de sair da pobreza", frisou a diretora-geral da Oxfam
International, Winnie Byanyima.