Leia também: O advogado e ministro aposentado do STJ Gilson Dipp nega ter assinado manifesto contra a Lava Jato
=========Da AMB
A edição online do jornal O Globo publicou na tarde de hoje uma entrevista com o presidente da AMB, João Ricardo Costa, sobre manifesto que teria sido assinado por 105 advogados dos réus envolvidos na Operação Lava Jato.
Em entrevista ao repórter Evando Éboli,
Costa fez duras críticas ao documento e afirmou que os advogados não têm
interesse na celeridade dos processos, mas no seu prolongamento máximo,
até a prescrição do caso, e que a carta é interesse pessoal.
— Faltou sinceridade, idoneidade nessa
carta. É assinada por profissionais que têm interesse nas causas. É
lamentável esse ataque ao Judiciário. Esses advogados têm interesse
pessoal na causa. É o negócio deles, que ganham seus honorários e se
sustentam com esses clientes. Temos um sistema que permite vários
recursos e, mesmo assim, eles não conseguem fazer valer os direitos
fundamentais de seus clientes?! Ou há uma conspiração contra esses
clientes?! Essa carta é uma manobra para pressionar o Judiciário e
repudiamos esse tipo de procedimento — disse João Ricardo Costa ao
jornal O Globo.
O presidente enalteceu a Lava-Jato e
diz que a operação mexe com um instamento que jamais foi atingido pelo
Poder Judiciário. “A sociedade tem que encarar esse manifesto como algo
que não é de interesse público, mas de interesse privado”, completou
Costa.
Na carta, os advogados acusam a Justiça
Federal de violar as regras mínimas para um justo processo e que fere a
presunção de inocência, o direito de defesa e o desvirtuamento do uso
da prisão provisória. E classifica o processo como uma atual inquisição.
O procurador Vladimir Aras também falou
ao jornal O Globo e criticou a carta dos advogados na sua rede social e
disse que os autores da peça têm de explicar como a assinatura do
ex-ministro do STJ Gilson Dipp “foi parar na propaganda que publicaram”.
Dipp negou ser signatário do texto. “Tantos são os manifestos escritos
pelos mesmos personagens que já perdi a conta. Escrevem um, depois outro
e mais um. Sempre a mesma ladainha. É só esperneios e lamentos. Lamento
também. Quer o ler pensará que estamos sob o jugo de uma ditadura” —
afirmou Aras.
Leia a íntegra da reportagem: