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(Millôr Fernandes)

domingo, 4 de novembro de 2018

SAÚDE E BEM-ESTAR. 44 ALCALINIDADE

Domingo, 4 de novembro de 2018
Por
Aldemario Araujo

SAÚDE E BEM-ESTAR50 textos (um a cada final de semana). Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em: http://www.aldemario.adv.br/saude.htm

44 ALCALINIDADE

Entre os inúmeros aspectos do complexo funcionamento do organismo humano existe um dado relevante e instigante relacionado com o nível de alcalinidade do sangue. Em regra, o sangue humano é levemente alcalino com pH entre 7,35 e 7,45. A escala pH mede o nível de acidez (ou alcalinidade). O valor 7 indica a neutralidade. Um número acima de 7 aponta a presença de uma solução básica (ou alcalina). Um número inferior a 7 revela a presença de uma solução ácida. 

Observe-se que mínimas mudanças no pH sanguíneo são extremamente graves, inclusive apontando para o risco de morte. Não é por outra razão que o funcionamento do organismo contempla mecanismos, mesmo extremos, para manter o pH do sangue naquela faixa antes mencionada. Essas constatações sugerem que um corpo humano saudável reclama um ambiente (interno) com pH neutro ou levemente alcalino. 

Como o funcionamento celular e as funções metabólicas produzem continuamente radicais ácidos, existe um “sistema tampão bicarbonato” para neutralizar os ácidos produzidos a cada segundo. Sem essa proteção, a vida seria impossível dado o nível de acidez acumulado.
No livro “Cirurgia Verde”, o doutor Alberto Peribanez, registra: “Nosso plasma tem mecanismos para manter nosso pH sempre neutro, mas nossos tecidos não. (…) A célula neoplásica encontra condições ideais de desenvolvimento em ambiente ácido. Restabelecer as condições de equilíbrio ácido-base tecidual é de fundamental importância na redução do crescimento de células tumorais. Uma alimentação baseada em vegetais, com alta concentração de clorofila, fornece uma grande quantidade de tampões alcalinos, como o magnésio, o átomo central do sangue verde dos vegetais e nossa maior fonte de alcalinidade. Além dos sais de magnésio, os vegetais oferecem uma infinita gama de fitoquímicos alcalinizantes e enzimas. Uma dieta balanceada de vegetais é capaz de oferecer moléculas alcalinas que equilibram o pH com facilidade”. 

Conceição Trucom, química, cientista, palestrante e escritora, lembra que em 1931 o Dr. Otto Heinrich Warburg (1883-1970) recebeu o prêmio Nobel em função de um trabalho científico intitulado "A causa primária e a prevenção do câncer". Trucom destaca as seguintes afirmações de Walburg: a) "A falta de oxigênio e a acidez são as duas caras de uma mesma moeda: quando você tem um, você tem o outro"; b) "As substâncias acidificantes repelem o oxigênio; em oposto, as substâncias alcalinizantes atraem e fixam o oxigênio"; c) "Privar uma célula de 35% de seu oxigênio durante 48 horas, pode convertê-la em cancerígena" e d) "Todas as células normais tem como requisito absoluto o oxigênio (respiração celular = ciclo de krebs = ciclo do ácido cítrico), porém as células cancerosas podem viver sem oxigênio - uma regra sem exceção". Ressalta, ainda, Trucom: “Em sua obra ‘O metabolismo dos tumores’, Warburg demonstrou que todas as formas de câncer se caracterizam por duas condições básicas: a acidose (acidez do sangue) e a hipoxia (falta de oxigênio). Também descobriu que as células cancerosas são anaeróbias (não respiram oxigênio, afinal são células da morte) e NÃO PODEM sobreviver na presença de altos níveis de oxigênio; em troca, sobrevivem graças a GLICOSE sempre que o ambiente está livre de oxigênio. Portanto, o câncer não seria nada mais que um mecanismo de defesa que tem certas células do organismo para continuar com vida em um ambiente ácido e carente de oxigênio”. Confira em:
https://www.docelimao.com.br/site/desintoxicante/principios/1312-a-causa-primaria-e-a-prevencao-do-cancer.html. 

Os níveis de acidez dos refrigerantes são motivos de grande preocupação. Com pH em torno de 2,5 (a neutralidade é igual a 7 numa escala de 0 a 14), exige um esforço enorme do organismo para compensar esses níveis de acidez. Entre as principais consequências nesse quesito estão: a) baixa da imunidade e b) perda de importantes minerais. 

Os dois últimos parágrafos constam dos escritos 16 e 30, respectivamente, desta série. 

A química Conceição Trucom, antes mencionada, destaca que os mais potentes modificadores do pH no organismo humano são os sais minerais. Essas substâncias alcalinizam ou acidificam o meio conforme a necessidade apresentada pelo corpo humano. Na linha sustentada pelo doutor Peribanez, Trucom indica os alimentos mais alcalinizantes disponíveis: a) frutas (frescas e secas); b) sementes; c) raízes; d) legumes e e) folhas. 

No livro “O poder de cura do limão”, a química Conceição Trucom destaca o poder alcalinizante da água e do limão. A referência não é para qualquer água ou mesmo para (todas) as águas minerais (várias possuem pH consideravelmente ácido). Segundo Trucom: “A água é o meio onde se realizam todos os fenômenos bioquímicos essenciais para a vida. É nela que os sais minerais dissolvidos comandam o nosso pH. A qualidade e quantidade de água consumida no dia a dia vai determinar a qualidade da vida de todos os nossos trilhões de células./A água que nos vem pelas frutas, folhas, sementes germinadas, raízes e verduras orgânicas e cruas é totalmente diferente da mais cara de todas as águas minerais. Trata-se de uma água biológica, coloidal, estruturada, hidrante, antioxidante, que contém enzimas ativas, minerais, nutracêuticos e bactérias benéficas: vida! Ela entra em nosso organismo pronta para nos vitalizar e acordar”. 

“O fato é que o limão, apesar de ácido no sabor, é um agente alcalinizante por excelência. Seu potencial de alcalinizar o sangue humano acontece imediatamente após a ingestão. Ele mal alcança o estômago e já inicia-se a alcalinização dos líquidos corporais, a partir da geração de citratos de cálcio, magnésio, ferro e outros. (…) O ácido cítrico do limão (5% a 7% do suco fresco), no organismo, transforma-se em citratos de sódio, cálcio, magnésio, ferro (entre outros), sais alcalinos que causam rápida alcalização do meio humoral, neutralizando e tamponando estados doentios de acidez”. São considerações de Conceição Trucom no livro citado.