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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Patrimônio Cultural: MPF instaura inquérito civil para identificar registros da trajetória de João Cândido ('O Almirante Negro'), líder da revolta da chibata,

Segunda, 4 de janeiro de 2019
Imagem: Wikimedia

Do MPF
A ideia é acompanhar a atuação de entes públicos federais, estaduais e municipais na preservação da memória do "almirante negro", como era conhecido na Marinha

O Ministério Público Federal (MPF) instituiu inquérito civil público para apurar as medidas de valorização da memória do marinheiro João Cândido Felisberto por órgãos municipais, estaduais e federais. O procedimento também tem por objetivo identificar os registros de João Cândido na marinha brasileira e acompanhar as medidas adotadas pelos entes públicos para garantir a abordagem histórica de sua trajetória, tendo em vista o disposto na Lei 10.639, de 2003, que manda incluir no currículo oficial da rede de ensino a luta dos negros no Brasil.


A medida atende a demandas da sociedade civil de São João de Meriti, município onde o "Almirante negro", como era conhecido, viveu os últimos anos de sua vida. No dia 14 de dezembro de 2018, o MPF participou de reunião na Casa de Cultura de São João de Meriti que tratou do pedido de inscrição de João Cândido como “herói da pátria”, por meio de projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional. Em 17 de janeiro de 2019, houve no MPF outra reunião sobre o tema, ocasião em que foi apresentada, pela sociedade civil local, demandas sobre a preservação da memória de João Cândido. 



Como providências iniciais, o MPF solicitou ao Comandante da Marinha do Brasil e ao Comandante do 1º Distrito Naval que encaminhem os dados e registros que estes tenham de João Cândido Felisberto. À Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, foi requisitado que encaminhe cópia integral do processo administrativo que cuidou da criação do “Museu Marinheiro João Cândido” e/ou preste as informações pertinentes acerca da construção. Ao prefeito do Município de São João de Meriti, foi pedido que informe as medidas que vêm adotando para que seja preservada a memória de João Cândido no município em que este viveu nos últimos anos de sua vida. Por fim, à Secretaria Municipal de Educação de São João de Meriti e à Secretaria Estadual de Educação pediu-se que informem quais medidas são adotadas no currículo escolar para discussões acerca da importância de João Cândido Felisberto na história do Brasil. O prazo para a resposta dos ofícios é de 10 dias.
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Publicado em 21 de ago de 2010




Gravação ao vivo, feita durante a sessão musical, com voz e violão (Happy Hour), que aconteceu no Restaurante Dom Maior, no centro do Rio de Janeiro, dia 20 de agosto de 2010.
Apresento aqui, pela primeira vez, uma das "versões" da letra original, sem a censura que ela sofreu em 1974, durante a ditadura militar no Brasil.
Como foi a primeira vez que eu a cantei, e em clima de improviso, pois resolvi fazer isso momentos antes, algumas vezes eu mencionei as palavras da letra censurada, que a Elis e o João Bosco gravaram, em plena ditadura militar, e que ainda estão fortes no meu subconsciente, apesar do Aldir ter brincado com essas trocas e colocado palavras que dão um sentido esquisito pra letra ! :)
Depois de gravar esse vídeo, descobri que existem várias "versões" desta letra original, na internet ... Por sorte, encontrei um vídeo da Elis cantando - no Chile - a versão original.
Pretendo, brevemente, gravar outro vídeo, com essa versão, que - cantada pela Elis, lá no Chile, na própria época de lançamento da música e em plena ditadura militar ( ... a brasileira ...) eu considero definitiva e que transcrevo abaixo:
---------------------------------------------------- O Mestre-Sala dos Mares (título liberado) Compositores: Aldir Blanc e João Bosco Ano: 1973 -------------------------------------------------------- "ALMIRANTE NEGRO" (Título original)
Tinha a dignidade de um mestre-sala
------------------------------------------------------- (Letra original)
Na figura de um bravo marinheiro
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
A quem a história não esqueceu
Conhecido como Almirante Negro
E ao acenar pelo mar, na alegria das fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
dos negros pelas pontas das chibatas
Rubras cascatas jorravam das costas
Inundando o coração do pessoal do porão
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Que a exemplo do marinheiro gritava - não!
Glória a todas as lutas inglórias
Mas faz muito tempo...
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Que tem por monumento
Salve o Almirante Negro
As pedras pisadas do cais