Terça, 13 de outubro de 2020
A seguir, uma série de postagens feitas anteriormente aqui no Blog Gama Livre sobre o Anjo Bom da Bahia, a Santa Dulce dos Pobres. Hoje, 13 de outubro de 2020, comemora-se o primeiro ano de canonização da minha Doce Irmã da Bahia.
Bem-vinda, Santa Irmã Dulce! A santa que conheci pessoalmente nos meus 11 aos 14 anos
Segunda, 23 de setembro de 2019
Arranjo e direção musical - Alexandre Leão
Quando eu via passar, e muitas vezes me cumprimentar, e até de quando em vez com um carinhoso toque no meu ombro, eu sabia que ali eu estava na frente de uma Santa. A Santa Irmã Dulce da Bahia. Estava eu nos meus 11 aos 14 anos no ginásio, escola em frente às Obras Assistenciais de Irmã Dulce na Cidade Baixa de Salvador.
Bem-vinda, Santa Irmã Dulce!
Venerável mãe dos pobres, Irmã Dulce ganha homenagem no clipe da música "Bem-Vinda", composição de Alexandre Leão e Jaime Sodré, e produzido pela TVE Bahia. No ritmo do ijexá, a música também tem participação de Roberto Mendes e Bule Bule.
As Ganhadeiras de Itapuã também estão no clipe, representadas por Maria da Paixão dos Anjos Santos (Maria de Xindó), Maria Lúcia Pereira das Virgens e Rachel Pereira das Virgens, três integrantes que fazem parte das mais antigas do grupo.
São nomes importantes da cultura da Bahia que unem sua experiência na vida e na arte para reverenciar Santa Dulce dos Pobres.
As imagens foram gravadas em estúdio, na Lagoa do Abaeté, no monumento do artista Bel Borba (na Praça Irmã Dulce, no Largo de Roma), na Igreja do Senhor do Bonfim e em Maragogipinho, com participação do oleiro Rosalvo Santana. O clipe também traz imagens inéditas do acervo da TVE.
Um encontro de grandes artistas da Bahia para traduzir a fé popular do povo baiano em uma produção com elementos de religiosidade e baianidade para mostrar que Irmã Dulce acolhe a todos, independente de crença. O dia 13 de outubro vai entrar para a história do catolicismo brasileiro com a canonização de Irmã Dulce, no Vaticano, em cerimônia presidida pelo Papa Francisco.
"Bem-vinda" (Alexandre Leão e Jaime Sodré)
Cantores - Alexandre Leão, Roberto Mendes, Jaime Sodré, Bule Bule, Ganhadeiras de Itapuã: Maria da Paixão dos Anjos Santos (Maria de Xindó), Maria Lúcia Pereira das Virgens e Rachel Pereira das Virgens)
Cordel - Bule Bule
Violão e teclados - Alexandre Leão
Guitarra - Raimundo Nova
Baixo - Israel Ramos
Percussão - Joceval Santana
Bateria - Ed Carlos
===============
Irmã Dulce será proclamada como Santa pelo Vaticano; O Anjo Bom da Bahia. A Doce Irmã
Terça, 14 de maio de 2019
Do Jornal A TardeA beata Dulce Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce – “O Anjo bom da Bahia” – será proclamada como Santa pelo Vaticano. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 13. De acordo com o site Vatican News, o Papa Francisco recebeu o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, que autorizou o Dicastério vaticano a promulgar o decreto.Maria Rita Lopes de Sousa Brito, nome de batismo da Irmã Dulce, será canonizada por conta de um segundo milagre atribuído a beata, além da recordação por sua obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. Ainda não se sabe qual milagre atribuído a ela teria motivado a canonização.Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a Beata Irmã Dulce nasceu em Salvador no dia 26 de maio de 1914 e faleceu em 22 de maio de 1992. Irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011.No evento de beatificação de Dulce, esteve presente a ex-presidente Dilma Roussef, junto com o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner. Leia a íntegra em:
==================Leia também:
Do
Jornal A Tarde
A beata Dulce Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce – “O Anjo bom da Bahia” – será proclamada como Santa pelo Vaticano. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 13. De acordo com o site Vatican News, o Papa Francisco recebeu o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, que autorizou o Dicastério vaticano a promulgar o decreto.
Maria Rita Lopes de Sousa Brito, nome de batismo da Irmã Dulce, será canonizada por conta de um segundo milagre atribuído a beata, além da recordação por sua obras de caridade e de assistência aos pobres e necessitados. Ainda não se sabe qual milagre atribuído a ela teria motivado a canonização.
Religiosa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a Beata Irmã Dulce nasceu em Salvador no dia 26 de maio de 1914 e faleceu em 22 de maio de 1992. Irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011.
No evento de beatificação de Dulce, esteve presente a ex-presidente Dilma Roussef, junto com o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner.
Leia a íntegra em:
==================
Leia também:
O Anjo Bom da Bahia
Uma doce irmã
==============
Irmã Dulce: Oásis da Esperança.
------------------
Bem Aventurada Dulce dos Pobres
Irmã Dulce Mãos Carinhosas
==============
Dulce Santa e o depoimento de um ateu
Quarta, 16 de outubro de 2019
Dulce não é santa porque fez milagres. Os milagres é que menos importam. Dulce é santa porque construiu uma obra social imensa, importantíssima no combate às desigualdades sociais.
Por Renan Araújo*
Dulce transformou um galinheiro no maior hospital da Bahia, com mais de mil leitos. Dulce fez escolas, fez orfanato, fez abrigo para idosos. Dulce fez!
Trabalhou incansavelmente para dar sustentabilidade a uma obra de custo altíssimo e de necessidade vital para os mais pobres. Pediu doações, pediu esmolas, pediu dinheiro aos poderosos, para construir uma obra dedicada aos pobres.
O Santo Antônio, sua maior obra, evoluiu com o tempo e é hoje um patrimônio do povo. Mil leitos, 100% SUS. O hospital que antes atendia indigentes hoje atende cidadãos. É um hospital moderno, com tecnologia e alta complexidade agregada, em diversas especialidades. Forma médicos e outros profissionais de saúde, forma cidadãos, resgata vidas.
Lá também moram inúmeros baianos sem capacidade alguma nenhuma de tocar suas vidas com autonomia, abandonados pelas famílias e pelo estado.
As Obras de Irmã Dulce são o último reduto daqueles para quem todas as portas foram fechadas e todas as oportunidades negadas.
Tenho orgulho de ter conhecido Dulce dos Pobres, quando estudante de medicina, vendo-a percorrer os corredores do hospital no desafio diário de garantir acolhimento a uma imensa população de necessitados.
A saúde frágil não foi empecilho para uma luta diária e de décadas para salvar vidas.
As obras de Irmã Dulce continuam através de sua sobrinha Maria Rita, uma mulher forte, competente, consciente do seu papel de dar continuidade ao trabalho da tia querida que hoje vira Santa.
O trabalho das Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID) nunca ultrapassou os limites da Bahia. Mesmo assim, inspiram bondade, compaixão, solidariedade, acolhimento, por todo o mundo.
Falei para Maria Rita recentemente do meu orgulho de ver o reconhecimento de Irmã Dulce como Santa. Orgulho de ter minha vida entrelaçada com essa obra em muitos dos seus momentos Dulce é santa pelo que teve de humana. E eu, ateu, oro para que o mundo seja tocado pela fé inquebrantável de Santa Dulce dos Pobres.
Amém!
*Renan Araújo é médico e integrante do movimento Médicos e Médicas pela Democracia.
================
Anjo Bom da Bahia, Irmã Dulce ganha monumento de 4 metros
Clique e conheça mais um pouco do meu Anjo Bom da Bahia
================
A imagem já está exposta desde ontem (6/1/2016), mas seu descerramento simbólico ocorreu em concorrida cerimônia às 18h no estacionamento em frente ao Memorial da freira baiana
Da Tribuna da Bahia
por
Albenísio Fonseca
Foto: Romildo de Jesus
A imagem está colocada em um dos pontos mais altos da Cidade Baixa
Com a instalação de uma escultura de 4 metros de altura e pesando meia tonelada, no alto da sede da OSID-Obras Sociais Irmã Dulce, no Largo de Roma, fiéis, devotos e demais admiradores ganharam um presente a mais para reverenciar a vida e obra do Anjo Bom do Brasil.
A imagem já está exposta desde ontem, mas seu descerramento simbólico ocorreu em concorrida cerimônia às 18h no estacionamento em frente ao Memorial da santa baiana. O ato abriu oficialmente o calendário de homenagens em celebração aos 25 anos de falecimento da abnegada freira.
Instalada em um dos pontos mais altos da Cidade Baixa, a escultura pode ser vista de bairros como Liberdade e Santo Antônio Além do Carmo assim como durante a travessia Ilha de Itaparica-Salvador e outros pontos na Baía de Todos-os-Santos.
Segundo o capelão da OSID, frei Mário Erky, a instalação da escultura sobre a instituição fundada pela Mãe dos Pobres, e em pleno dia em que a Igreja Católica celebra a Festa de Reis, guarda um significado bastante especial: “A Festa de Reis está associada à estrela que guiou os Reis Magos e ter a imagem de Irmã Dulce sobre a sua Obra significa que ela está abençoando e velando os seus filhos. Em qualquer direção que olharmos, vamos sentir ainda mais forte a sua presença. É um presente para todos nós”.
A escultura foi criada pelo artista plástico Zaca Oliveira, em 2012, para um presépio da Arquidiocese de Salvador montado no CAB-Centro Administrativo da Bahia. Após a desmontagem do presépio, a imagem foi então doada às Obras Sociais Irmã Dulce.
Em 2013, foi colocada no antigo campo de futebol, localizado ao lado da sede da OSID, traduzindo na época o desejo da instituição para que o terreno abrigasse uma futura unidade para tratamento do câncer, tornando-se símbolo da campanha – sonho concretizado em 2015, com a inauguração da Unacon-Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Nossa Senhora de Fátima.
Admirador da vida e obra da freira, Zaca recebeu com entusiasmo a notícia da colocação da imagem no alto da casa do Anjo. “Era um sonho antigo ver esta escultura na casa onde ela acolheu e encheu de luz a vida de tantas pessoas”, declarou.
Produzida em fibra e com materiais de modelagem, como carpete, madeira e arame, a peça recebeu um reforço em sua estrutura para suportar a ação do tempo. Conforme o engenheiro Jorge Eduardo, gestor de Infraestrutura da OSID e idealizador da iniciativa de instalação da imagem, ”para ficar mais resistente, a escultura ganhou peças de metal e um enchimento com fibra e espuma”.
4,5 milhões de atendimentos por ano
Responsável pela operação para colocação da escultura, o líder da Engenharia Clínica das Obras Sociais, João Salomão, revelou outros atrativos que acompanharão a peça: “Irmã Dulce estará segurando uma lamparina e sob iluminação cênica moderna, a emanar luz e proteção para todos”.
Para o assessor de Memória e Cultura das Obras Sociais, Osvaldo Gouveia, a escultura chega também como mais uma atração para a região da Península Itapagipana, já conhecida pela beleza e quantidade de monumentos históricos e religiosos. “A instalação da imagem de Irmã Dulce no alto de sua obra tem um significado muito grande e isto vai atrair ainda mais turistas para a Cidade Baixa”, destacou.
Irmã Dulce faleceu em 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, situado no bairro de Roma. A religiosa fundou uma das mais importantes instituições sociais do país, entidade que abriga hoje um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do Brasil, com cerca de 4,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano a idosos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, pacientes sociais, pessoas em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas e crianças e adolescentes em situação de risco social.
Irmã Dulce foi beatificada em 2011, recebendo o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres. Atualmente, a freira baiana está em processo de canonização no Vaticano. Para que seja declarada santa, é necessária a comprovação de mais um milagre atribuído à intercessão da beata.
===========
Veja mais:
Uma doce irmã
Uma doce irmã
=====================
Nizan Guanaes: A Organização Social Irmã Dulce é o primeiro milagre da primeira CEO brasileira a ser canonizada
Quinta, 9 de outubro de 2019
Do Blog Bahia em Pauta
Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes – este seu nome completo neste mundo de matéria densa em que, enquanto sofria com as fraquezas do corpo frágil – no qual coabitou por muitos anos a tuberculose em grau avançadíssimo – amenizava ou afastava com sua alma, tão cheia de energia que compensava a fragilidade da carne, as dores e sofrimentos alheios.
Do Blog Bahia em Pauta
ARTIGO
*CEO brasileira é canonizada*
Nizan Guanaes
No próximo domingo, na praça do Vaticano, vou assistir à canonização de Irmã Dulce.Irmã Dulce não é apenas a primeira santa brasileira, ela é a primeira CEO brasileira a ser canonizada.
A Organização Social Irmã Dulce é o seu primeiro milagre. Franzina, saúde frágil, ela não tinha a rigor condições físicas de fazer nada nem de segurar um copo de água.
Mas seu hospital de mil leitos construído sabe Deus como é obra do seu empreendedorismo. O hospital começou num galinheiro nos fundos do convento e hoje tem 40 mil m².
Conheço bem a história da santa porque Irmã Dulce, que tinha sérios problemas pulmonares, era paciente do meu pai, médico pneumologista. Meu irmão André Guanaes, quando residente, também foi seu médico.
============
Uma doce irmã
Segunda, 23 de maio de 2011
Por Ivan de Carvalho

Nos primeiros, segundos e terceiros tempos, ela costumava, entre tarefas internas de comando terno e entre compromissos externos para esmolar recursos que mantivesse sua obra feita para os pobres e necessitados – “Vós os conhecereis por suas obras, por suas obras os conhecereis”, indicara seu mestre quase dois mil anos antes – sair debaixo de sol ou chuva e voltar com irmãos que chamava de “meus filhos” e que viviam de pedir esmolas pelas ruas ou que nem mais força tinham para fazer esse tipo de pedido.
Nos últimos tempos, quando já era ela que não tinha mais força para fazer pessoalmente essa coleta celestial na Terra, andando pelas ruas da Cidade Baixa, já montara uma estrutura que atraía e acolhia as pessoas que no começo ela mesma ia buscar pessoalmente. Ela fazia questão de oferecer “a última porta”, quando todas as outras se houvessem fechado para alguém. E exatamente por ser a “última porta” sua oferta, essa porta jamais poderia estar fechada.
Ia aos poderosos para humildemente – com aquela humildade que fez Jesus lavar os pés dos discípulos na Santa Ceia – arrancar-lhes gentilmente uma esmola que permitisse, aos que nada podiam, encontrar aquela porta sempre aberta.
Sei, porque é óbvio, que ela gostaria de ter feito muito mais. Mas se Deus lhe houvesse permitido fazer tudo na dimensão que, imagino talvez alguma vez houvesse sonhado, como é que Deus faria para que a raça dos santos não tivesse nisso seu ponto final?
Mas Irmã Dulce (como é doce saber que se tem uma irmã assim) não socorreu apenas aqueles que sofriam, por doença ou fome ou mal cuidados para a idade avançada. Ela se preocupou com aqueles que sofreriam além do que é rotineiro na vida de todo mundo por não terem perspectiva de obter uma educação intelectual e moral satisfatórias. E foi assim que criou o setor das OCID voltado para as crianças carentes.
Ela, que quando entre nós fez tantos milagres com os instrumentos do mundo e com os poderes da Alma e do Amor, e que após a morte fez o milagre oficialmente reconhecido pela Igreja Católica que ontem a tornou formalmente (mas vejam se Deus e os Céus iriam esperar pela data e o processo que a precedeu para reconhecer a condição, se o milagre já fora feito com o Poder do Alto!) uma “venerável”, uma “bem-aventurada”, não fez o milagre da cura de uma tuberculose em si mesma.
Normal. A doença terá sido a “passagem por uma grande purificação”, como sugeriu na época em que a doença chegara ao estágio terminal o cardeal Moreira Neves, então arcebispo de Salvador e primaz do Brasil. Mas, isso é uma opinião pessoal minha, a doença também se apresentou para ressaltar a obra, para tornar e até para mostrar quão profunda era a doação que de si fazia o anjo disfarçado de freira baiana.
Na França, Bernadete, uma jovem, encontrou uma fonte de onde jorra água que passou a curar pessoas e que faz isso até hoje. Bernadete acabou tornando-se freira e, conforme um filme que vi, sobre sua vida, foi atingida por uma doença. Não revelou suas dores, mas foram descobertas. Perguntaram-lhe porque não ia à fonte onde tantos obtinham cura. “Sinto que aquela fonte não veio para mim”, recusou-se. É o que vi contar de Santa Bernadete.
Bem, por alguma razão que foge ao nosso (esse nosso não envolve somente a mim) tão restrito conhecimento, não cabia a Irmã Dulce curar a tuberculose de Irmã Dulce. E se mais acima se quiser ir, não cabia a Jesus descer da cruz antes que o tirassem morto, como lhe sugeriu o “mau ladrão”. Poder, Ele podia. “Julgais que, se eu Lhe pedisse, meu Pai não me daria mais de doze legiões de anjos?”. Mas não devia. Não devia porque escolhera fazer uma oferta de Amor e tinha uma escolha a cumprir.
- - - - - - - - - - - - - - -
Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta segunda (23/5/2011).
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.
= = = = = = = = = = = = = = =
Irmã Dulce, o Anjo Bom da Bahia.
Google Imagem
=====================