Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 21 de novembro de 2020

Nota pública da ONU Brasil sobre a morte de João Alberto Silveira Freitas no Carrefour de Porto Alegre

Sábado, 21 de novembro de 2020

A ONU Brasil manifesta, em nota pública, solidariedade à família de João Alberto Silveira Freitas, brutalmente agredido na noite de 19 de novembro de 2020 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

A Organização lembra que milhões de negras e negros continuam a ser vítimas de racismo, discriminação racial e intolerância, pede investigação do caso, punição dos responsáveis e convida a sociedade brasileira a construir uma sociedade igualitária e livre do racismo, a partir da Campanha Vidas Negras.

Nota pública da ONU Brasil sobre a morte de João Alberto Silveira Freitas

Leia, a seguir, a íntegra da nota:

A ONU Brasil manifesta solidariedade à família de João Alberto Silveira Freitas, que foi brutalmente agredido na noite de 19 de novembro de 2020 e veio a óbito em seguida, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

A violenta morte de João, às vésperas da data em que se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, é um ato que evidencia as diversas dimensões do racismo e as desigualdades encontradas na estrutura social brasileira. Milhões de negras e negros continuam a ser vítimas de racismo, discriminação racial e intolerância, incluindo as suas formas mais cruéis e violentas. Dados oficiais apontam que a cada 100 homicídios no país, 75 são de pessoas negras. O debate sobre a eliminação do racismo e da discriminação racial é, portanto, urgente e necessário, envolvendo todas e todos os agentes da sociedade, inclusive o setor privado.

A proibição da discriminação racial está consagrada em todos os principais instrumentos internacionais de direitos humanos e também na legislação brasileira. A ONU Brasil insta as autoridades brasileiras a garantirem a plena e célere investigação do caso e clama por punição adequada dos responsáveis, por reparação integral a familiares da vítima e pela adoção de medidas que previnam que situações semelhantes se repitam. Convida também toda a sociedade brasileira, a partir da Campanha Vidas Negras, a participar ativamente da construção de uma sociedade igualitária e livre do racismo.

Vidas negras importam e não podem ser deixadas para trás.