Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

UM ATENTADO À MEMÓRIA DE LEONEL BRIZOLA

Quarta, 4 de novembro de 2020

É a direita fascista tentando reescrever a História. 

Em terça-feira, 3 de novembro de 2020, Ricardo M. A. Maranhão  escreveu:

Aos Companheiros do Clube de Engenharia,

Repassando, com o meu repúdio à medida, mesquinha e antidemocrática, da atual gestão da PETROBRÁS. Tratamento igualmente injusto e afrontoso foi dado a outros ilustres brasileiros, em ordem alfabética.

AURELIANO CHAVES

BARBOSA LIMA SOBRINHO

CELSO FURTADO

EUZÉBIO ROCHA

FERNANDO GASPARIAN

JESUS SOARES PEREIRA

LEONEL BRIZOLA

LUIS CARLOS PRESTES

MÁRIO LAGO

RÔMULO ALMEIDA

Sugiro a todos que registrem o seu protesto junto à Direção da PETROBRÁS.

Ricardo Maranhão

Diretor/AEPET

Um atentado à memória de Leonel Brizola

A recente decisão da Petrobras de retirar, o nome de "Governador Leonel Brizola", da Termelétrica de Duque de Caxias, no Estado do  Rio de Janeiro, dezesseis anos após a sua partida, causou perplexidade. Só restou interpretar como uma  tentativa de diminuir a importância do Engenheiro Leonel de Moura Brizola da história do Brasil, como um dos mais  ilustres políticos deste País.

Foi o único brasileiro a governar dois estados diferentes: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além de ter sido  Prefeito de Porto Alegre; Deputado Estadual pelo RS e Deputado Federal pelo Antigo Estado da Guanabara, com 269 mil votos, na época, a maior votação obtida por um político brasileiro, resultado da popularidade adquirida ao liderar a Campanha da Legalidade, em  1961.

Brizola foi um defensor do setor energético nacional e, na Educação, foi o político que mais construiu escolas. No RS foram 6.200 escolas, conhecidas pelo povo como “Brizoletas”, e no RJ, junto com o Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, construiu 500 Cieps (Centros Integrados de Educação Pública), chamados de “Brizolões”  pelos cariocas.

Ninguém mais do que Brizola teve a vida investigada pelos inúmeros Inquéritos Policiais Militares (IPMs), porém, nada foi encontrado, sequer vestígio de corrupção, o que o coloca como um paladino da moralidade pública no Brasil. No entanto, após o golpe militar de 1964, foi forçado a viver 15 anos no exílio.

Por tudo isso, apresentei uma Moção de Repúdio aprovada pela Câmara Municipal do RJ, endereçada ao  Ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior e ao Presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, exigindo o retorno imediato do  nome de Leonel Brizola à termoelétrica, em respeito à sua grandeza histórica.

Ele foi elevado à categoria de Herói da Pátria pelo governo brasileiro, em 2014. Mas é graças ao povo brasileiro que a trajetória do meu saudoso avô, Leonel  Brizola, pertence ao imaginário político nacional.

Leonel Brizola Neto é vereador (Psol-RJ)