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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Metrô faz proposta Michael Jackson aos seus trabalhadores. Aparentemente é um avanço, mas só anda para trás

Quarta, 2 de maio de 2012
Do SindMetrô/DF

GREVE A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA, DIA 07/05

Metroviários em GREVE por tempo indeterminado,

a partir de segunda-feira, dia 07/05


A greve dos metroviários iniciada dia 19/04 (quinta-feira) foi suspensa pela categoria no mesmo dia, mediante acordo do GDF em abrir novo prazo de negociação de duas semanas; continuação das mesmas condições de jornada de trabalho anteriormente ajustadas entre Metrô/DF, Sindmetrô/DF e Ministério Público do Trabalho; e autorização da empresa para ajuizar dissídio de greve, caso restem frustradas as negociações.

Ocorre que, o GDF não cumpriu o que acordou com a categoria. Nas duas semanas concedidas de prazo não houve negociações. Na 1ª reunião de negociação com o Sindicato, descobrimos que o encontro sequer tinha sido marcado na agenda do Secretário de Administração, Sr. Wilmar Lacerda. Com total descaso, a Secretaria de Administração não se deu ao trabalho sequer de desmarcar com a categoria e simplesmente não compareceram na reunião previamente marcada. A jornada de trabalho dos pilotos também não foi retomada nas mesmas condições previstas pelo estudo que balizou sua realização, intensificando ainda mais as doenças relacionadas ao trabalho que foram motivadas por ingerência da Companhia na criação de mais um posto.

No dia 27/04 houve reunião com o GDF, porém não houve propostas de negociação. Houve tão somente nova promessa do governo e pedido de mais prazo, de 30 dias, para se negociar. Perguntamos-nos, se o acordo que suspendeu a greve não havia sido cumprido, que motivos a categoria teria para conceder mais 30 dias para esse governo que não tem palavra?! Para não entrar em greve o Sindicato apresentou contraproposta de manter apenas as cláusulas que não necessitariam de alteração e propôs em negociar somente as melhorias das condições de trabalho. A contraproposta do Sindicato foi rejeitada pelo GDF, que insiste em reduzir direitos da categoria.

As atuais propostas ofertadas pelo Metrô/DF e GDF se pautam em retrocesso de direitos, batizada pela categoria de proposta Michael Jackson, o que aparentemente é um avanço só anda pra trás. Ex: Auxílio creche e educação, que atualmente é paga a cobertura de 0 a 7 anos no valor de R$ 276,00 e cobertura de 7 à 14 anos no valor de R$ 200,00. A proposta da empresa é de aumentar o valor para R$ 368,00 no período de 0 a 7 anos e suprimir a cobertura de 7 até os 14 anos. Ou seja, somando os dois períodos de cobertura, atualmente o benefício chega a R$ 476,00 e a proposta da empresa é de retroceder a um valor de R$ 368,00 além de suprimir cobertura do auxílio educação.

Outra proposta no estilo Michael Jackson, é a de não conceder à categoria o reajuste de reposição da inflação (INPC), calculado aproximadamente 7%, e de conceder apenas o benefício de anuênio, que prevê reajustes de 1% a cada ano trabalhado na Companhia. Ora, se a maioria dos empregados têm menos de 5 anos trabalhados, o valor do benefício despendido com o pagamento do anuênio na sua maioria será de até 5% e não cobre sequer a reposição de perdas pela inflação, estimada em 7%.

Considerando que a data-base da categoria dos metroviários é dia 1º de abril e o processo negocial foi iniciado anteriormente a essa data, a categoria já conta com mais de 120 dias em que pleiteia o fechamento do acordo coletivo de trabalho 2012 e nenhuma proposta de melhorias foi apresentada pelo Metrô/DF tampouco pelo GDF. A vigência do Acordo Coletivo de Trabalho 2011 já se expirou e atualmente a categoria está sem direitos assegurados. Se o Metrô/DF e GDF não negocia, não cumpre o que promete, e só pretende entrar em acordo para reduzir direitos não nos resta alternativa senão a de decretar GREVE POR TEMPO INDETERMINADO até o fechamento efetivo do acordo coletivo de trabalho 2012.

Metroviários em GREVE POR TEMPO INDETERMINADO!

Por realização de concurso público, melhorias do serviço para a população, cumprimento do acordo coletivo e melhores condições de vida e trabalho.

SINDMETRÔ/DF