Quarta, 9 de maio de 2012
Da Agência Brasil
Elaine Patricia Cruz, repórter
São Paulo - No julgamento de amanhã (10), em Itapecerica da Serra,
na Grande São Paulo, o Ministério Público Estadual vai sustentar a tese
de crime com motivação política para a morte do prefeito de Santo André,
Celso Daniel, disse o promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho,
durante entrevista na tarde de hoje (9), na capital paulista.
"O Ministério Público defende, com relação ao homicídio do prefeito
Celso Daniel, a tese de crime político, por motivação política. A tese
do Ministério Público sempre foi essa. O Ministério Público nunca
concordou com a versão inicial dada pela Polícia Civil e depois
respaldada pela Polícia Federal. Não se trata de discordar da polícia. A
polícia fez um excelente trabalho. Essa primeira conclusão andou bem: a
polícia identificou os executores efetivos do arrebatamento. Mas o
Ministério Público já investigava a situação de corrupção envolvendo a
prefeitura de Santo André e, dentro desse cenário, indícios apareceram
que levaram à conclusão de que não se tratava de crime comum, nem de
sequestro convencional", disse.
De acordo com o promotor, “o prefeito de Santo André conhecia o
esquema, sabia que havia corrupção e que o dinheiro era desviado para o
caixa 2 do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele foi morto porque, em
determinado momento do funcionamento desse esquema de corrupção, ele
descobriu que o dinheiro não era todo encaminhado para a campanha
política. Parte do dinheiro era levado para enriquecimento pessoal dos
participantes do esquema, dentre eles, o Sérgio [Gomes da Silva,
empresário e amigo de Celso Daniel, conhecido como Sombra]”.
O esquema de corrupção, segundo Carvalho, envolvia fraudes em licitação
e corrupção no setor de transportes e de coleta de lixo. O dinheiro
desviado era então utilizado para a campanha eleitoral do partido em
2002. O Ministério Público ainda não sabe quanto foi movimentado nesse
esquema, mas avalia que mais de R$ 1,2 milhão foi movimentado pelo
partido em um primeiro momento.
O julgamento de cinco acusados da morte do prefeito começa às 9h30.
Sentarão no banco dos reus Itamar
Messias dos Santos Filho, Ivan
Rodrigues da Silva, conhecido como Monstro, Rodolfo Rodrigo dos Santos
Oliveira, o Bozinho, José Edison da Silva e Elcyd Oliveira Brito, o
John. Na denúncia, o Ministério Público pede a condenação dos réus por
homicídio duplamente qualificado mediante pagamento e com recurso que
dificultou a defesa da vítima.
Celso Daniel foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002, quando saía
de um jantar com o amigo e empresário Sombra, que não foi levado pelos
bandidos. O prefeito ficou em um cativeiro, em Juquitiba, próximo à
Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul do país, mas dois
dias depois foi executado com oito tiros. Para o promotor, Sombra é o
mandante do crime.
O empresário é também réu no processo e responde em liberdade, beneficiado por um habeas corpus.
Sombra, no entanto, não estará no julgamento amanhã, já que o seu
processo foi desvinculado dos demais. Ele entrou com recurso no Tribunal
de Justiça para não responder por participação no crime, mas a sentença
de pronúncia foi confirmada pelos desembargadores. O juiz aguarda
apenas o retorno do processo ao tribunal para marcar a data de seu
julgamento.
Na versão do Ministério Público, o empresário contou com a ajuda de
Dionísio de Aquino Severo (morto dentro da prisão, em 2002) para
contratar, por cerca de US$ 40 mil, um grupo de pessoas a fim de cometer
o crime.
Passados dez anos da morte do prefeito, Marcos Roberto Bispo dos Santos
foi o único condenado até agora. Em novembro de 2010, Santos foi
sentenciado a 18 anos de prisão.
O Ministério Público disse que não arrolou testemunhas para o
julgamento por entender que não há necessidade, já que mais de 100
pessoas foram ouvidas durante o processo. Os advogados dos réus, no
entanto, relacionaram 13 testemunhas de defesa.
A Agência Brasil procurou o PT para falar sobre o
julgamento. A legenda informou, por meio de nota, que "o Partido dos
Trabalhadores acompanha o julgamento esperando que a justiça seja feita e
que todos os culpados sejam exemplarmente punidos".
No julgamento de amanhã (10), em Itapecerica da Serra,
na Grande São Paulo, o Ministério Público Estadual vai sustentar a tese
de crime com motivação política para a morte do prefeito de Santo André,
Celso Daniel, disse o promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho,
durante entrevista na tarde de hoje (9), na capital paulista.
"O Ministério Público defende, com relação ao homicídio do prefeito
Celso Daniel, a tese de crime político, por motivação política. A tese
do Ministério Público sempre foi essa. O Ministério Público nunca
concordou com a versão inicial dada pela Polícia Civil e depois
respaldada pela Polícia Federal. Não se trata de discordar da polícia. A
polícia fez um excelente trabalho. Essa primeira conclusão andou bem: a
polícia identificou os executores efetivos do arrebatamento. Mas o
Ministério Público já investigava a situação de corrupção envolvendo a
prefeitura de Santo André e, dentro desse cenário, indícios apareceram
que levaram à conclusão de que não se tratava de crime comum, nem de
sequestro convencional", disse.
De acordo com o promotor, “o prefeito de Santo André conhecia o
esquema, sabia que havia corrupção e que o dinheiro era desviado para o
caixa 2 do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele foi morto porque, em
determinado momento do funcionamento desse esquema de corrupção, ele
descobriu que o dinheiro não era todo encaminhado para a campanha
política. Parte do dinheiro era levado para enriquecimento pessoal dos
participantes do esquema, dentre eles, o Sérgio [Gomes da Silva,
empresário e amigo de Celso Daniel, conhecido como Sombra]”.
O esquema de corrupção, segundo Carvalho, envolvia fraudes em licitação
e corrupção no setor de transportes e de coleta de lixo. O dinheiro
desviado era então utilizado para a campanha eleitoral do partido em
2002. O Ministério Público ainda não sabe quanto foi movimentado nesse
esquema, mas avalia que mais de R$ 1,2 milhão foi movimentado pelo
partido em um primeiro momento.
O julgamento de cinco acusados da morte do prefeito começa às 9h30.
Sentarão no banco dos reus Itamar Messias dos Santos Filho, Ivan
Rodrigues da Silva, conhecido como Monstro, Rodolfo Rodrigo dos Santos
Oliveira, o Bozinho, José Edison da Silva e Elcyd Oliveira Brito, o
John. Na denúncia, o Ministério Público pede a condenação dos réus por
homicídio duplamente qualificado mediante pagamento e com recurso que
dificultou a defesa da vítima.
Celso Daniel foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002, quando saía
de um jantar com o amigo e empresário Sombra, que não foi levado pelos
bandidos. O prefeito ficou em um cativeiro, em Juquitiba, próximo à
Rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao Sul do país, mas dois
dias depois foi executado com oito tiros. Para o promotor, Sombra é o
mandante do crime.
O empresário é também réu no processo e responde em liberdade, beneficiado por um habeas corpus.
Sombra, no entanto, não estará no julgamento amanhã, já que o seu
processo foi desvinculado dos demais. Ele entrou com recurso no Tribunal
de Justiça para não responder por participação no crime, mas a sentença
de pronúncia foi confirmada pelos desembargadores. O juiz aguarda
apenas o retorno do processo ao tribunal para marcar a data de seu
julgamento.
Na versão do Ministério Público, o empresário contou com a ajuda de
Dionísio de Aquino Severo (morto dentro da prisão, em 2002) para
contratar, por cerca de US$ 40 mil, um grupo de pessoas a fim de cometer
o crime.
Passados dez anos da morte do prefeito, Marcos Roberto Bispo dos Santos
foi o único condenado até agora. Em novembro de 2010, Santos foi
sentenciado a 18 anos de prisão.
O Ministério Público disse que não arrolou testemunhas para o
julgamento por entender que não há necessidade, já que mais de 100
pessoas foram ouvidas durante o processo. Os advogados dos réus, no
entanto, relacionaram 13 testemunhas de defesa.
A Agência Brasil procurou o PT para falar sobre o
julgamento. A legenda informou, por meio de nota, que "o Partido dos
Trabalhadores acompanha o julgamento esperando que a justiça seja feita e
que todos os culpados sejam exemplarmente punidos".