Quinta, 16 de maio de 2013
Por Gilvan Rocha
O sr. Emir Sader, sociólogo
e pretenso marxista, vem a público, em parceria com outro intelectual
argentino, lançar um livro em que louva os anos de governo petista e elege como
inimigo principal, o neoliberalismo e não o capitalismo. É até compreensível
que se tenha a política neoliberal como de natureza bem mais cruel no âmbito desse
sistema sócio econômico. Mas ao invés de propor o anticapitalismo, como seria
próprio de um verdadeiro marxista, ele se propõe tentar viabilizar uma política
econômica, pretensamente capaz de produzir um capitalismo humanizado, palatável.
Essa postura, comum a muitos intelectuais que se arvoram de marxistas, é
totalmente repugnante. Isso porque, considerando que para implementar uma
política de gerenciamento do capitalismo, objetivando torná-lo menos cruel, o
PT e o PCdoB caíram, de corpo e alma, nos braços de amplos setores fisiológicos,
estabelecendo com esses setores a mais íntima e promíscua aliança.
Não quis o velho PT, nenhum
entendimento com o PMDB ideológico de Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Mario
Covas, Tancredo Neves... Porém estreitou laços efetivos com o PMDB corrompido de
Jose Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá. Isso para não falar
da deslavada aliança com o sr. Paulo Maluf.
Pretender criar uma
dicotomia do tipo neoliberalismo versus nacional desenvolvimentismo, é uma
armadilha, levando-se em conta os reais interesses históricos das classes
trabalhadoras. Edir Sader, em parceria com Maluf, empenhou-se em levar a candidatura
de Fernando Haddad à vitória em nome de derrotar a “tucanalha”. Mas será que
estamos fadados a dualidade: “tucanalhas” versus “petralhas”? Essa questão
deveria ser respondida pelo “marxista”, que se aventura em tornar público uma
obra de bajulação que bem retrata o estado de indigência, de uma certa intelectualidade,
da qual Emir Sader é partícipe. Cremos não haver esperança de reverter esse
quadro de apodrecimento político e ideológico de certos setores da nossa
“inteligência”. É lamentável.