Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Banco Central aumenta mais os juros, beneficiando rentistas da dívida pública

Sexta, 12 de julho de 2013

Notícias comentadas sobre a dívida – 12/7/2013

O Portal G1 noticia que o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a Taxa Selic de 8% para 8,5% ao ano, o que aumenta os ganhos dos rentistas da dívida pública, às custas do povo. A constante justificativa propalada pelo governo e pela grande imprensa para este tipo de medida é o suposto combate à inflação, que chegou a 6,7% nos últimos 12 meses (IPCA). Dentro desta visão, o problema seria que as pessoas estariam consumindo demais, e que por isso seria necessário aumentar os juros para que se reduza o crédito, para que as pessoas e empresas reduzam seus gastos e investimentos.

Porém, analisando-se os dados do IBGE, e ponderando-se cada item ao seu respectivo peso na cesta de consumo, verifica-se que 57% da inflação ocorrida nos últimos 12 meses decorre do aumento dos preços de alimentos e dos preços administrados pelos próprios governos (soma dos itens: alimentos, taxa de água e esgoto, combustíveis, energia elétrica, transporte público, plano de saúde, cursos regulares, telefonia).

Portanto, não é com altas nos juros que se combate este tipo de inflação de alimentos, causada por problemas climáticos e pela ação de especuladores na bolsas de valores, que compram papéis vinculados a produtos agrícolas para lucrar com a sua valorização.

Para atacar verdadeiramente este tipo de inflação, é necessário fazer a reforma agrária e fortalecer a agricultura familiar, que ocupa a menor parte das terras, mas que produz a maior parte dos alimentos para consumo interno. E, claro, reduzir os preços das tarifas públicas, principalmente o preço das passagens de ônibus, que tem motivado as grandes manifestações recentes no país.