Sexta, 12 de julho de 2013
Carla Rodrigues
Denúncias
e suspeitas de fraude na licitação do transporte público do Distrito
Federal não param de surgir. O Jornal de Brasília teve acesso a
relatório do Ministério Público no Tribunal de Contas do DF, no qual são
apontados indícios de superfaturamento na definição da tarifa para o
certame. Uma representação, carimbada pelo gabinete da procuradora
Márcia Farias, aponta a possibilidade de superestimação de valores, como
a taxa interna de retorno (TIR), calculada em 12% para o
concessionário, sendo que em Curitiba (PR), por exemplo, a concorrência
fixou essa taxa em máxima de 8,95%. Ou seja, o edital do DF é 35%
superior ao percentual da capital do Paraná.
Os motivos para o cálculo, entretanto, são mal expostos no edital e
nunca foram amplamente discorridos pela Secretaria de Transportes. E o
pior: a taxa influencia nas tarifas das passagens. Ou seja, mesmo com o
GDF afirmando que até o final de 2014 as passagens não vão aumentar,
isso é possível, sim. As irregularidades, na avaliação da procuradora,
seriam suficientes para anular o certame.