Quarta, 3 de julho de 2013
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos
(OEA), José Miguel Insulza, cobrou explicações dos governos que
proibiram o ingresso no espaço aéreo do avião do presidente da Bolívia,
Evo Morales. Em comunicado, Insulza se disse “profundamente incomodado” e
ressaltou que “nada justifica uma ação de tanto desrespeito”.
Ao retornar de Moscou, na Rússia, Morales recebeu ontem (2) a ordem
de que seu avião não poderia ingressar nos espaços aéreos da França, da
Itália e de Portugal, segundo autoridades bolivianas, por suspeitas de
que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo.
Morales foi obrigado a desviar a rota e a aguardar autorização para
seguir viagem em Viena, na Áustria.
Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia
à espera da concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os
norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de
cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações de que
comunicações da União Europeia também foram monitoradas. O
norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.
Os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina),
José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram
solidariedade a Morales. Os líderes avaliam a hipótese de convocar uma
reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para
avaliar o tema.
*Com informações da agência pública de notícias da Bolívia, ABI