Terça,
10 de junho de 2014
Carolina Gonçalves e Yara Aquino
Repórteres da
Agência Brasil
O
Diretório Nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) oficializou hoje
(10), durante convenção nacional do partido, o apoio à reeleição da presidenta
Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer. A posição do PDT já tinha
sido sinalizada em abril deste ano, depois de uma reunião da Executiva Nacional
com dirigentes do partido e as bancadas na Câmara e no Senado. O apoio foi
unânime em votação simbólica.
O presidente da legenda, Carlos Lupi, que já ocupou o comando
do Ministério do Trabalho durante o governo Dilma - pasta que hoje está nas
mãos do pedetista Manoel Dias , explicou, na época, que a formalização do apoio
só poderia ocorrer na convenção.
A presidenta Dilma Rousseff agradeceu o apoio e afirmou que
PT e PDT têm compromisso e aliança históricos “porque temos as mesmas ambições
políticas do povo brasileiro. Queremos um país escolarizado que tenha na
educação dois caminhos. A educação para nós significa manter os ganhos de
distribuição de renda e fazê-los avançar”. Segundo ela, os esforços para
dirimir a miséria no país é apenas um primeiro passo e a educação é responsável
por consolidar essas políticas.
“O PDT para minha aliança é algo fundamental. Participa do
núcleo de minhas alianças. Juntos somos invencíveis. Separados somos fracos”,
afirmou ao lembrar de nomes que participaram da história da legenda como
Getúlio Vargas e Leonel Brizola. Dilma elencou resultados alcançados pelo seu
governo e atribuiu parte do êxito a parceria com o PDT, como a criação de quase
5 milhões de empregos formais e a elevação do salario mínimo que, segundo ela,
alcançou os 70% apenas na fase em que esteve no comando do país.
A presidenta garantiu que a inflação no país está sob
controle, desmentindo linhas de análise econômica que apontam uma direção
contrária. Ela lembrou que, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a taxa
da inflação chegou a 12,42%. “No governo Lula chegou a 7,2% e nos meus três
primeiros anos garanti que ficasse em 7,08%. Todos sabem que a inflação tem
ciclos.Tem 15 anos que funciona assim. É o fluxo da inflação”, afirmou.
Dilma ainda atacou os críticos e pessimistas em relação aos
programas do seu governo que agora, segundo ela, querem se apropriar dos
resultados. O Bolsa Família tem sido objeto de disputa entre os potenciais
candidatos à presidência mesmo antes do período eleitoral iniciar oficialmente.
“O Bolsa Família está seguro nas nossas mãos porque construímos o Bolsa
Família, mudamos sempre que necessário e transformamos em um caminho de
ascensão social. Um programa é feito por quem tem vontade politica de fazer e
se arrisca contra tudo e todos”, afirmou. Segundo ela, os que criticavam, agora
dizem que os programas não são mérito de ninguém e que podem ser usados por
todos. “É oportunismo do mais deslavado nível”, completou.
Apesar do apoio a Dilma ter maioria na convenção, a posição
foi questionada por alguns filiados críticos às políticas do atual governo. O
presidente da legenda ressaltou que o projeto do governo Dilma é o mais próximo
dos objetivos do PDT. Um grupo de cerca de 15 pessoas do Movimento Juventude
Socialista tentou impedir a entrada de Dilma à sede do partido em Brasília,
hoje, onde ocorreu a convenção. Os jovens entoavam, em coro, gritos de “Não vai
entrar. Não somos capacho do governo”.
Na tentativa de minimizar as divergências e uniformizar o
apoio entre os filiados, o ministro Manoel Dias ressaltou resultados alcançados
pelo atual governo. “Entre as candidaturas que estão postas só uma tem condição
de continuar beneficiando os trabalhadores com políticas de distribuição de
renda, de melhoria do salario mínimo e de geração de emprego. Criamos um ciclo
virtuoso e não há sinais de que isto vai parar”, afirmou.
Durante a convenção, os partidários iniciaram as conversas
sobre as alianças estaduais que, na maioria dos casos seguirá a orientação
nacional, segundo Lupi. As exceções devem ficar com Minas Gerais e Pernambuco.
Na disputa pelo governo pernambucano o partido está dividido entre Paulo Câmara
(PSB) para o governo estadual e o senador Armando Monteiro (PTB).
Em Mato Grosso, o candidato do partido será o senador Pedro
Taques. Segundo Lupi, onde o PDT tiver candidato a governador, como no Acre,
Amapá, São Paulo e Brasília, a direção estadual terá liberdade para construir
suas alianças regionais com autorização da executiva nacional.
As convenções para a escolha de candidatos a governador,
vice-governador, senadores e deputados vão ocorrer entre hoje e 30 de junho. No
Distrito Federal também ainda não há consenso, apesar do senador Cristovam
Buarque garantir o apoio ao PSB, que terá como candidato o atual senador
Rodrigo Rollemberg. A expectativa é que ainda hoje algumas conversas já
avancem. Uma das disputas que podem ser definidas ainda hoje é a pelo governo
do Maranhão.
O PDT é um dos primeiros partidos a realizar o encontro que
precede a disputa eleitoral deste ano, reunindo integrantes do Diretório
Nacional e do Conselho Político, os presidentes de movimentos e das comissões
provisórias estaduais, os delegados dos diretórios estaduais e os parlamentares
que integram as bancadas do PDT no Senado e na Câmara.