Quinta, 10 de setembro de 2015
por
Hermes Zaneti
Comemora-se, hoje, o dia da independência do Brasil. O
rompimento da dependência política do Brasil em relação a Portugal constituiu
um novo país soberano. O exercício desta soberania ao longo do tempo, no
entanto, foi mudando e aumentando a interdependência entre as diferentes nações
e criando novas formas de dependência. As fronteiras políticas dos países foram
desaparecendo, substituídas pela imposição de interesses financeiros e
econômicos que passaram a formatar a geopolítica. O controle sofisticado de
interesses financeiros volatilizados pela tecnologia da informação, transformou
o sistema econômico, de produtor de riqueza real, para mecanismo a seu serviço.
Desta forma, a política passou a ser submetida aos dois sistemas:financeiro e
econômico, ou seja, a política não mais comanda os rumos dos interesses
coletivos.
Como constituinte/88, propus a suspensão da Assembleia
para a realização da auditoria da Dívida Externa, justificada pela dependência
de nossa dívida. Conseguimos não a suspensão, mas a inserção do Art.26 do ADCT
que determina a auditoria, não realizada pela imposição de interesses
financeiros.Hoje, quase 50% do orçamento federal é gasto com os serviços da
dívida.
É OU NÃO DEPENDÊNCIA?
QUAL A SAIDA?
A auditoria da dívida pública da União e dos Estados se
impõe como pré-requisito para que a independência seja sinônimo de autonomia e
soberania para criar uma sociedade de bem estar social
Essa é a tarefa do povo, do cidadão que é quem paga a
conta.
A independência atual deve ser proclamada do sistema de
dominação financeiro/econômico. A democracia é o regime que possibilita a
organização popular essencial à construção da liberdade formal, direito de ir e
vir, reunião, expressão, e liberdade substancial, direito de ter qualidade de
vida.
Brasília, 7 de setembro de 2015