Ação é fruto da Câmara de Mediação, uma parceria
entre a Defensoria Pública e a Secretaria de Saúde do DF
A Defensoria Pública do DF evitou
que 11 casos chegassem até a justiça comum, por meio da Câmara de Mediação em
Saúde (Camedis). O grupo, composto por defensores públicos e servidores da
Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), é fruto de parceria entre os
dois órgãos e trabalha para evitar que os atendimentos feitos pelo Núcleo da
Saúde seja transformados em ações judiciais, por meio de uma negociação
administrativa entre os dois órgãos.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Defensoria Pública do DF
Um dos casos que foi resolvido
administrativamente entre a Defensoria e a pasta na última semana foi o da
aposentada Tereza de Jesus, 73 anos. A sobrinha dela, Sônia de Fátima, 50 anos,
conta que a tia possui problemas de visão há alguns anos e que, no ano passado,
ela começou a sentir irritações nos olhos. Com isso, a sobrinha levou a
aposentada até o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) onde foi avaliada por
uma oftalmologista. Lá, elas descobriram que a retina dos dois olhos da idosa
estava passando por um processo de deslocamento e que seria necessário levá-la
até um especialista da área. “A médica pediu que eu levasse minha tia para se
consultar o quanto antes com um especialista em retina no Hospital de Base ou
então ela perderia a visão dos dois olhos”, conta a sobrinha.
Dado o encaminhamento para a
consulta, tia e sobrinha procuraram o hospital e, à medida que passavam os
dias, a angústia das duas só aumentava, por não conseguir uma consulta com o
especialista. As duas voltaram até o HRT, onde foi expedido um novo
encaminhamento, desta vez com a observação de que o caso era de extrema
urgência. Mas não adiantou. “Esperamos mais quatro meses e nada”, declara
Sônia.
As duas então procuraram o Núcleo
da Saúde da Defensoria Pública. O defensor apresentou a situação de Tereza e de
mais dez pessoas na reunião da Câmara de Mediação em Saúde (Camedis). O
encontro também contou a presença dos assistidos.
Tia e sobrinha saíram de lá
esperançosas, ao saberem que sua demanda será atendida e que já tem data:
02/09. “Confesso que fui para a reunião descrente, mas sai de lá alegre. A
consulta da minha tia até já foi marcada. Antes ela estava um pouco depressiva,
mas agora está alegre”, diz Sônia.
Em um encontro realizado na Câmara
Legislativa no início do mês para discutir a situação da saúde no DF, o
defensor público-geral, Ricardo Batista, afirmou que 80% dos casos levados até
a Câmara de Mediação (Camedis) são resolvidos. Em sua fala no plenário da Casa,
ele disse que “o diálogo é a melhor solução para esses problemas”. A mesma
opinião é compartilhada pelo coordenador do Núcleo da Saúde da Defensoria
Pública, Celestino Chupel. Segundo ele, a parceria com a Secretaria de Saúde
acelera a resolução de casos, na maioria das vezes, urgentes. “E quando um caso
não é judicializado, economiza-se também dinheiro público”, conclui Chupel.
Fonte: Tainan
Pimentel, da Assessoria de Comunicação da Defensoria Pública do DF