Domingo, 20 de setembro de 2015
Do ESQUERDA.NET
O Syriza vence as eleições na
Grécia e deverá constituir novo governo com o partido Gregos
Independentes, uma vez que os dois partidos, em conjunto, terão maioria
absoluta. Na comemoração da vitória, Tsipras afirmou: “Hoje na Europa, a
Grécia e o povo grego são sinónimos de luta pela dignidade”. Marisa
Matias afirma que a vitória do Syriza "evitou o pior cenário possível
que era pôr no poder as forças partidárias da troika".
20 de Setembro, 2015
Alexis Tsipras e Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes, na comemoração da vitória
O Syriza venceu as eleições na Grécia, elegendo 145 deputados (menos quatro do que em janeiro passado).
O partido Gregos Independentes elegeu 10 deputados (menos três que em 25 de janeiro).
Syriza e Gregos Independentes poderão voltar a constituir coligação e
governo, uma vez que os dois partidos juntos terão maioria absoluta. Os
dois partidos elegem 155 deputados, sendo a maioria absoluta 151
deputados.
No discurso de vitória, Tsipras afirmou: “Hoje na Europa, a Grécia e o
povo grego são sinônimos de luta pela dignidade e vamos continuar esta
luta nos próximos quatro anos. O resultado pertence aos que lutam e
aspiram a um futuro melhor”.
O líder do Syriza prometeu, no seu discurso, lutar “para mudar as forças na Europa”.
Tsipras salientou ainda o combate à corrupção. “O mandato que o povo
nos deu hoje é também um mandato para acabar com o regime de corrupção,
que governou durante tantos anos”, afirmou.
Marisa Matias: "Evitou-se o pior cenário, que seria voltar a ter um governo da Nova Democracia, o principal responsável na situação em que a Grécia se encontra"
Sobre os resultados das eleições gregas, a eurodeputada Marisa Matias declarou à Lusa:
"Evitou-se o pior cenário, que é o cenário em que - depois de toda a
chantagem que a União Europeia fez, das instituições europeias, o Fundo
Monetário Internacional, também o papel que o Banco Central Europeu fez
para condicionar o exercício da democracia - seria voltar a ter um
Governo da Nova Democracia, o principal responsável na situação em que a
Grécia se encontra".
Nas eleições registrou-se um aumento da abstenção de 36% para 45%.
O partido de direita Nova Democracia foi o segundo mais votado, teve mais 0,4 pontos do que em janeiro, mas perdeu um deputado.
O partido de extrema-direita, Aurora Dourada, mantém-se como terceiro
partido mais votado, passando de 6,3% para 7% e de 17 para 19
deputados.
O Pasok, filiado no partido socialista europeu, teve uma pequena
recuperação, passando de 4,7% para 6,38% e de 13 para 17 deputados.
Ao contrário, o partido To Potami passa de 6,1% para 4% e de 17 para
11 deputados. O KKE (partido comunista) mantém a percentagem (5,49 em
vez de 5,5), mas perde um deputado, passando de 15 para 14 mandatos.
Um novo partido (União Centrista) consegue chegar ao parlamento grego, obtendo 3,37% e elegendo 9 deputados.
Por sua vez, a Unidade Popular, constituída pelos deputados e membros
do Syriza que estiveram contra a assinatura do terceiro memorando, não
elege qualquer deputado, por não ter atingido o limiar de 3%.
Resultados, quando estavam contados 76% dos votos, em comparação com as eleições de 25 de janeiro de 2015:
Eleições na Grécia | 20 de setembro de 2015 | 25 de janeiro de 2015 | ||
% | Mandatos | % | Mandatos | |
Syriza | 35,48 | 145 | 36,30 | 149 |
Nova Democracia | 28,23 | 75 | 27,80 | 76 |
Aurora Dourada | 7,00 | 19 | 6,30 | 17 |
To Potami | 4,03 | 11 | 6,10 | 17 |
KKE | 5,49 | 14 | 5,50 | 15 |
Pasok | 6,38 | 17 | 4,70 | 13 |
Gregos Independentes | 3,65 | 10 | 4,80 | 13 |
União Centrista | 3,37 | 9 | 9 | |
Unidade Popular | 2,85 | 0 | 0 |