Terça, 12 de abril de 2016
Marcelo Brandão e Alex Rodrigues – Repórteres da Agência Brasil
O homem detido ontem (11), em Brasília, com uma grande quantidade
de dinheiro na mochila não é integrante do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), como tem sido divulgado na imprensa e em redes
sociais. José Carlos dos Santos foi detido na noite de ontem pela
Polícia Militar (PM), nas imediações do Teatro Nacional, sob alegação
de não saber explicar a origem do dinheiro que carregava. Ele foi levado
à 5ª Delegacia de Polícia (DP).
De acordo com o delegado Paulo
Henrique e Almeida, diretor de Comunicação da Polícia Civil, o homem
carregava R$ 13 mil e explicou que se tratava de uma rescisão
trabalhista que recebera. Segundo o delegado, Santos, além de explicar o
dinheiro que levava consigo, negou fazer parte do MST e foi liberado,
por não haver nada que o incriminasse. “Não havia fato ilícito, não é
crime portar dinheiro. Portanto, liberamos em seguida”.
Em nota, o
MST reiterou que Santos não faz parte do movimento. “O senhor José
Carlos, que não integra o MST nem em sua base militante, nem em suas
instâncias diretivas, prestou seus esclarecimentos, declarou a origem do
dinheiro e foi liberado. Segundo informações prestadas pelos policiais
da 5° DP de Brasília ao MST, o senhor Santos afirmou não ser integrante
de nenhum partido, ou movimento algum, tendo ido à manifestação por ato
individual, que também é legítimo”.
A notícia da detenção de José
Carlos foi dada a jornalistas pela Polícia Militar do Distrito Federal
em uma rede social às 19h58 de ontem. A informação inicial da PMDF
indicava que o homem faria parte do MST e portava R$ 20 mil sem saber
explicá-los.
O fato repercutiu rápido no Congresso Nacional. O
senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) usou as informações iniciais da PMDF
divulgadas pela imprensa para criticar a postura do MST e dos “movimentos ligados à esquerda” que se opõem ao impeachment de Dilma Rousseff.
Manifestações
Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios está preparada para manifestações contrárias e favoráveis ao impeachment.
Todo o gramado que segue entre os ministérios até a frente do Congresso
Nacional está dividido ao meio por um alambrado de metal para separar
os dois grupos de manifestantes.
Manifestantes contrários e favoráveis ao impeachment já
acampam em Brasília, preparando-se para acompanhar a votação em frente
ao Congresso Nacional. A Polícia Militar deverá fazer um cordão de
isolamento do Congresso para evitar que qualquer pessoa não credenciada
se aproxime do prédio.