Quarta, 14 de setembro de 2016
              Marieta Cazarré – Correspondente da Agência Brasil
          
  
  
            
    
    
A
 Agência Espacial Europeia (ESA - European Space Agency) publicou hoje 
(14) um detalhado mapa em três dimensões (3D) da Via Láctea, com mais de
 1 bilhão de estrelas mapeadas pelo satélite Gaia. As informações foram 
divulgadas nesta terça-feira durante uma conferência online para a imprensa e fazem parte da maior pesquisa de objetos celestes realizada até hoje, segundo a ESA.
O
 satélite Gaia foi lançado em julho de 2014 e fez a varredura do céu até
 setembro de 2015. O relatório apresentado pela agência espacial é a 
primeira versão da pesquisa, baseada em dados recolhidos durante os 
primeiros 14 meses de trabalho da missão.
Durante apresentação de uma hora e quarenta minutos,
 especialistas da ESA detalharam como é feita a medição da distância 
entre estrelas, como são capturadas as imagens de cada estrela ou corpo 
celeste e como esses corpos brilham e se movimentam no céu.
Alvaro
 Gimenez, diretor de Ciência da agência espacial, afirmou que as 
contribuições da missão Gaia para o entendimento de como funciona a Via 
Láctea são fundamentais e colaboram para que a humanidade possa dar um 
passo à frente.
Anthony Brown, pesquisador da Universidade de 
Leiden da área de processamento e análises de dados, analisou a imagem 
do mapa 3D criada pelo satélite Gaia. Ele explicou que é possível ver 
uma linha brilhante horizontal no centro do mapa, exatamente onde está a
 maior concentração de estrelas, que é a Via Láctea.
Histórico
 
Em
 1989, a ESA lançou a missão Hipparcos com o primeiro satélite dedicado a
 astrometria, ampliando o campo da astronomia de precisão. Dados foram 
coletados entre 1989 e 1993, e os resultados publicados em 1997. O 
relatório da pesquisa continha as posições, distâncias e movimentos (200
 vezes mais precisos do que qualquer medição anterior) de quase 120 mil 
estrelas.
Um segundo relatório, intitulado Tycho, continha dados 
de 2,5 milhões de estrelas em menor precisão. Estes dois catálogos 
definiram o precedente sobre as posições estelares e são continuamente 
usados em pesquisas de ciência espacial e para a navegação de naves 
espaciais.
De acordo com a agência espacial, a missão Gaia vai 
dar continuidade ao legado europeu de gráficos estelares, catalogando 
mais de um bilhão de estrelas, medindo a posição de cada uma e o 
movimento delas (com 200 vezes mais precisão do que a missão Hipparcos),
 e produzindo 10 mil vezes mais dados do que seu antecessor.
Para
 a ESA, “a extraordinária precisão de Gaia representa o sonho de 
astrônomos ao longo da história e vai trazer respostas claras às muitas 
perguntas que foram feitas ao longo do caminho”.
