Quinta, 22 de setembro de 2016
Do Congresso em Foco
Por Leonel Rocha
Projeto foi retirado de pauta para não
anular investigações e processos em andamento que vão julgar o pagamento
de propina pelas empreiteiras aos políticos. Alguns compõem alto
comando no governo Temer
Ministros do governo Michel Temer, a cúpula do Legislativo e dos maiores
partidos com representação no Congresso seriam os principais
beneficiários da anistia ao uso do caixa dois em campanhas eleitorais
prevista no projeto que deputados tentaram aprovar
na segunda-feira (19), criminalizando a prática. O uso de recursos não
contabilizados nas campanhas é um dos principais delitos detectados pela
Operação Lava Jato, que desvendou um bilionário esquema de corrupção nos contratos da Petrobras com seus fornecedores.
Entre os beneficiários em potencial da interpretação elástica do
texto estão os três ex-tesoureiros do PT presos, o ministro-chefe da
Casa Civil, Eliseu Padilha, o das Relações Institucionais, Geddel Vieira
Lima, e o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em meio à
polêmica, Geddel disse ao jornal O Globo nesta
terça-feira (20) que o uso de caixa dois em campanhas não é crime e,
por isso, não pode ser punido. Dirigentes e parlamentares de PP, PSDB e
DEM também estão entre os que receberam doações pelo caixa dois das
empreiteiras e estão sob investigação, ou até mesmo sob julgamento.