Quinta, 15 de setembro de 2016
Paula Laboissière - da Agência Brasil
A
Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (15) a 8ª fase da Operação
Acrônimo. O objetivo é recolher elementos que possam ajudar a esclarecer
a atuação de uma organização criminosa especializada na obtenção de
benefícios junto ao governo federal por meio de pagamento de vantagens
indevidas a agentes públicos.
De acordo com a corporação, estão
sendo cumpridos 20 mandados judiciais determinados pela 10ª Vara Federal
do Distrito Federal, sendo 11 conduções coercitivas e nove mandados de
busca e apreensão nos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais, além do Distrito Federal.
Ainda segundo a PF, a operação
está focada em dois inquéritos policiais que apuram eventos distintos
da investigação. Um deles refere-se à cooptação e pagamento de vantagens
indevidas para fraudar licitações no Ministério da Saúde, beneficiando
gráfica de propriedade de um dos investigados.
O outro evento
apurado é a interposição de empresa na negociação e no pagamento de
vantagens indevidas a agente público, para obtenção de financiamentos de
projetos no exterior (República Dominicana, Angola, Cuba, Panamá, Gana e
México) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, “no
interesse de uma grande empreiteira do Brasil”.
A corporação
também esclareceu que as ações de hoje são um desdobramento da
investigação que tramita no Superior Tribunal de Justiça. O magistrado
relator do caso, ministro Herman Benjamin, determinou o encaminhamento
de parte da apuração à Justiça Federal de primeira instância, por não
envolver investigados com prerrogativa de foro naquela Corte.
A operação
As
investigações da Operação Acrônimo começaram em outubro de 2014, quando
agentes federais apreenderam R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao
Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek. Na época, a PF
informou que tinha como foco o combate a uma organização criminosa
investigada por lavagem de dinheiro e desvios de recursos públicos.
Entre
os presos estava Benedito de Oliveira Neto, conhecido como Bené e dono
da Gráfica Brasil. Naquele ano, atuou na campanha do então candidato e
atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.