Terça, 25 de outubro de 2016
Andreia Verdélio – da Agência Brasil
A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, cobrou hoje (25)
respeito aos juízes. “Não é admissível aqui, fora dos autos, que
qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, quando um
juiz é destratado, eu também sou”, afirmou a ministra, no início da 240ª
Sessão Ordinária do CNJ.
Ontem
(24), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) criticou o juiz
federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal,
por autorizar as prisões do chefe da polícia do Senado, Pedro Ricardo
Carvalho, e mais três policiais legislativos, suspeitos de prestar
serviço de contrainteligência para ajudar senadores investigados na Lava
Jato e em outras operações. Renan também fez críticas ao ministro da
Justiça, Alexandre de Moraes, que criticou a Polícia Legislativa pela
suposta obstrução da Lava Jato.
Renan chamou o juiz federal de “juizeco” e disse que Moraes se comporta, “no máximo”, como um “chefete de polícia”.
Durante
a abertura da sessão do CNJ, Cármen Lúcia defendeu o equilíbrio entre
os poderes da República, disse que os juízes são essenciais para a
democracia e que não há necessidade de qualquer tipo de questionamento
que não seja no estreito limite da constitucionalidade e da legalidade.
“Respeito,
nós devemos e guardamos com os poderes e, evidentemente, exigimos de
todos os poderes em relação a nós. O juiz brasileiro é um juiz que tem
trabalhado pela República, como trabalhou pelo Império. Somo humanos,
temos erros. Por isso existe este CNJ, para fortalecer o Poder
Judiciário, coerente com os princípios constitucionais, com as demandas e
as aspirações do povo brasileiro”, disse a presidente do CNJ.